Advogado acusa BMG de fraudar consignados desde 2005 em depoimento à CPMI

Eli Cohen afirmou que banco se beneficiou de contratos fraudulentos e que esquema teria causado prejuízos bilionários a aposentados e pensionistas

Por Plox

04/09/2025 13h16 - Atualizado há cerca de 6 horas

Durante sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, realizada na última segunda-feira (1º), o advogado Eli Cohen afirmou que o Banco BMG estaria envolvido em fraudes de empréstimos consignados desde 2005. Segundo ele, a instituição cresceu a partir de operações irregulares voltadas para aposentados e pensionistas.


Imagem Foto: Agência Senado


Cohen, que já atuou em processos relacionados ao tema, detalhou como os dados dos beneficiários eram repassados a empresas de telemarketing, ligadas ao lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como \"Careca do INSS\", e ao ex-vice-presidente do BMG, Márcio Alaor de Araújo. Segundo o depoente, o esquema consistia em falsificar adesões para efetivar empréstimos sem autorização dos titulares.



\"O Banco BMG é o campeão das fraudes. O Banco BMG só existe, só saiu de quatro agências para ter o que é hoje só por conta do consignado das fraudes, e começou em 2005\", afirmou Cohen

. Ele acrescentou ainda que Alaor, apelidado de \"Papa do Consignado\", teria liderado as práticas irregulares em parceria com o banco.

Em seu site oficial, Márcio Alaor se apresenta como especialista no setor e menciona passagens por outras instituições, como o Banco Master e o PicPay. Suas redes sociais, no entanto, foram desativadas.


O advogado disse que havia variações no golpe, mas que os bancos tinham pleno conhecimento de que estavam concedendo empréstimos fraudulentos. \"Esse estilo se repete desde 2005 e continua até hoje\", declarou.



As investigações da CPMI se baseiam em informações levantadas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União em abril deste ano. Os órgãos identificaram descontos irregulares nas folhas de pagamento de aposentados e pensionistas, que somam R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.


Em nota oficial, o BMG rejeitou as acusações, afirmando que nunca praticou ou autorizou irregularidades. O banco destacou que os consignados sempre foram realizados dentro da legalidade, com normas internas rígidas de conformidade. A instituição também informou que instaurou procedimento interno para apurar eventuais falhas cometidas por terceiros e reiterou que está à disposição das autoridades para colaborar integralmente.



A CPMI continua ouvindo depoimentos e reunindo documentos para avançar no esclarecimento do caso, que mobiliza aposentados em todo o país.


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