Descarrilamento no Elevador da Glória mata 17 em Lisboa

O bondinho histórico Elevador da Glória, um dos cartões-postais de Lisboa, foi palco de uma tragédia na manhã desta quarta-feira (3). O veículo descarrilhou enquanto fazia seu tradicional percurso entre a Praça dos Restauradores e o Bairro Alto, matando 17 pessoas e deixando outras 20 feridas.

Foto: Reprodução

Inaugurado em 1885, o funicular é considerado um símbolo da capital portuguesa. Desde 2002, é tombado como monumento nacional. Com sua estrutura característica nas cores branca e amarela, o Elevador da Glória percorre um trajeto de 275 metros em cerca de dois minutos, vencendo a íngreme Calçada da Glória, que possui inclinação de 18%.

Projetado pelo engenheiro português Raoul Mesnier du Ponsard, o bondinho passou por diversas modernizações ao longo dos anos. Começou funcionando por contrapeso de água, depois passou ao sistema a vapor e, desde 1914, opera por tração elétrica. Cada uma das duas cabines do elevador tem capacidade para transportar até 42 passageiros, sendo 22 sentados e 20 em pé.

Utilizado principalmente por turistas, o transporte leva visitantes até o mirante de São Pedro de Alcântara, um dos pontos de observação mais procurados da cidade. Estima-se que cerca de três milhões de pessoas utilizem o serviço anualmente.

Após o acidente, a prefeitura de Lisboa decretou luto oficial para esta quinta-feira (4) e decidiu suspender temporariamente a operação de todos os funiculares históricos da cidade, incluindo os Elevadores da Bica e do Lavra. As causas do descarrilamento ainda não foram oficialmente divulgadas, e as investigações seguem em andamento pelas autoridades locais.

A tragédia se soma a outros acidentes registrados ao redor do mundo envolvendo funiculares turísticos. Um dos mais graves ocorreu em 2000, na Áustria, quando um incêndio provocado por falha em um ventilador matou 155 pessoas no funicular de Kaprun, que subia até o glaciar de Kitzsteinhorn.