Operação policial no Rio paralisa trens e ônibus após confronto com traficantes

Tiroteio em Senador Camará força fechamento de escolas e postos de saúde; criminosos usam veículos como barricadas

Por Plox

04/09/2025 12h53 - Atualizado há 2 dias

Uma operação emergencial das polícias Civil e Militar provocou uma intensa troca de tiros na manhã desta quinta-feira (4), na comunidade Vila Aliança, em Senador Camará, Zona Oeste do Rio de Janeiro. A ação teve como objetivo capturar dois chefes do Terceiro Comando Puro (TCP), resultando em confrontos armados, interrupções no transporte público e suspensão de serviços essenciais na região.


Imagem Foto: Reprodução


Segundo a Polícia Civil, a operação foi baseada em informações de inteligência que apontavam a presença de dois alvos de alta periculosidade na comunidade. São eles: Bruno da Silva Loureiro, conhecido como Coronel, chefe do tráfico no Muquiço e suspeito de ter matado a jovem Sther Barroso dos Santos no mês anterior; e José Rodrigo Gonçalves Silva, o Sabão da Vila Aliança, acusado de ordenar o ataque a tiros contra um helicóptero da Polícia Civil em março — ocasião em que o copiloto Felipe Marques Monteiro foi atingido na cabeça e permanece internado. Até o momento, duas pessoas não identificadas foram presas.



Durante a operação, criminosos reagiram com violência. Houve incêndios em lixeiras, veículos tomados e utilizados como barricadas, incluindo seis ônibus e dois caminhões, que foram atravessados em ruas estratégicas da comunidade. Imagens aéreas flagraram criminosos fortemente armados escoltando um dos coletivos tomados. Na estação da Supervia em Senador Camará, passageiros se jogaram no chão para se proteger dos tiros. Estudantes do colégio GET Mario Fernandes Pinheiros também ficaram em meio ao fogo cruzado.



Participaram da ação equipes da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil (Ssinte), da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Militar (SSI), da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), com apoio de helicópteros e veículos blindados.



Os impactos da operação afetaram diversos serviços. A Supervia suspendeu o funcionamento das estações Augusto Vasconcelos, Santíssimo e Senador Camará. As composições circularam apenas entre Central do Brasil e Bangu, e de Campo Grande até Santa Cruz. Já o Rio Ônibus desviou preventivamente seis linhas: 731 (Campo Grande-Marechal), 737 (Santíssimo-Cascadura), 746 (Jabour-Cascadura), 803 (Jabour-Taquara), 926 (Senador Camará-Penha) e SV790 (Campo Grande-Cascadura).



Na área da saúde, duas unidades de atenção primária precisaram ser fechadas para garantir a segurança de funcionários e pacientes. Outras duas mantiveram o atendimento interno, mas suspenderam serviços externos, como visitas domiciliares. As unidades de urgência e emergência continuam em funcionamento.


Na educação, dois colégios da rede estadual foram fechados. Escolas municipais, que estavam em horário letivo quando a operação começou, seguiram o protocolo “Acesso Mais Seguro”, desenvolvido em parceria com a Cruz Vermelha Internacional, mantendo os alunos em áreas protegidas até a normalização da situação.


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