Réu por morte de sargento denuncia nova tortura em presídio de Minas

Welbert de Souza Fagundes, réu pela morte do sargento Roger Dias, voltou a denunciar agressões e ameaças enquanto cumpre pena no presídio de Francisco Sá, no Norte de Minas. O episódio mais recente foi relatado durante uma audiência de instrução no processo de receptação, no qual também é acusado.

Foto: Reprodução

Durante a audiência realizada no fim de agosto, após o depoimento de um policial — outros dois não compareceram — Welbert, que participava de forma remota, pediu para se manifestar. Ele relatou ter sido vítima de tortura, ameaças, maus-tratos e agressões, e chegou a citar o nome de um policial penal que, segundo ele, o teria ameaçado momentos antes do início da sessão.

O acusado ficou conhecido após publicar vídeos nas redes sociais dentro da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, onde aparecia fumando, ouvindo música e comentando sobre saudade de uma mulher. Por esse motivo, foi aberto processo por receptação, uma vez que é proibido o uso de celular dentro das unidades prisionais.

A Defensoria Pública acompanha a defesa de Welbert neste caso. Diante das alegações apresentadas, o juiz José Venâncio de Miranda Neto determinou o envio de ofícios à direção do presídio, à Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) e ao juiz corregedor da unidade prisional para análise e eventuais providências.

Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), responsável pela Seap, afirmou que a denúncia apresentada pelo detento é improcedente e que sua custódia transcorre sem intercorrências. Não é a primeira vez que Welbert relata esse tipo de situação. Em janeiro deste ano, ele também denunciou ameaças vindas de supostos integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e mencionou falhas na entrega de medicamentos dentro da prisão.