Vale reabre Mina de Capanema e projeta R$ 67 bilhões em investimentos em Minas até 2030

Nova unidade no Quadrilátero Ferrífero amplia produção de minério de ferro e reforça plano de operações sustentáveis da mineradora

Por Plox

04/09/2025 13h48 - Atualizado há cerca de 5 horas

A Vale deu início nesta quinta-feira (4/9) a um novo ciclo de operações em Minas Gerais com a reinauguração da Mina de Capanema, localizada entre Santa Bárbara, Ouro Preto e Itabirito, no coração do Quadrilátero Ferrífero. A unidade, fechada desde 2003, volta a operar integrada ao Complexo Operacional de Mariana e tem como foco a produção de minério de ferro.


Imagem Foto: Diário do Comércio/Leonardo Morais


O retorno da mina demandou investimentos de R$ 5,2 bilhões e contará com capacidade anual de aproximadamente 15 milhões de toneladas, contribuindo para a meta da mineradora de alcançar entre 340 e 360 milhões de toneladas em 2026. O sistema implantado elimina o uso de água e rejeitos, reforçando a aposta no processamento a seco, que já responde por mais de 70% da produção da Vale no Brasil.


A retomada inclui ainda a instalação de um Transportador de Correia de Longa Distância (TCLD), responsável por levar o minério produzido até a Mina Timbopeba, em Ouro Preto, reduzindo a circulação de caminhões e as emissões de gases. Com frota autônoma de caminhões fora de estrada, a expectativa é de que a operação reduza em 160 toneladas anuais as emissões de CO2.



Gustavo Pimenta, presidente da Vale, destacou a importância da reinauguração:
\"Minas Gerais está no centro da transformação da Vale. Capanema exemplifica a nova fase da mineração, mais responsável, menos invasiva e voltada à inovação e sustentabilidade\"

. As atividades também vão gerar cerca de 800 empregos diretos.

Nos primeiros três anos, o foco será processar o material estocado da antiga operação, para depois avançar na exploração da cava. As obras de retomada duraram cinco anos e envolveram 40 empresas e até 6 mil trabalhadores, com prioridade para mão de obra local.



A reabertura da mina marca também o anúncio de um pacote de R$ 67 bilhões em investimentos da Vale em Minas Gerais até 2030. Os recursos serão aplicados em soluções para reduzir o uso de barragens de 30% para 20%, ampliar o empilhamento a seco de rejeitos, fortalecer a mineração circular e investir em novas tecnologias.


O vice-presidente executivo Comercial e de Desenvolvimento da Vale, Rogério Nogueira, ressaltou que esses projetos vão assegurar a produção de minério de ferro de alta qualidade, fundamental para rotas de produção de aço com menor emissão de gases de efeito estufa.



Além disso, a mineradora anunciou investimentos na gestão de estruturas geotécnicas, renovação de frotas e monitoramento de barragens. Atualmente, 60% do Programa de Descaracterização de Estruturas a Montante já foi concluído.


Desde 2020, a Vale também vem reprocessando minério de ferro de barragens em descaracterização, e essa técnica pode representar até 10% de sua produção em 2030. Só no primeiro semestre deste ano, 9 milhões de toneladas foram extraídas com esse método, um aumento de 14% em relação a 2024.



Nos últimos anos, Minas Gerais tem sido responsável por cerca de 45% da produção de minério de ferro da Vale. Em 2023, segundo estudo da Fipe, as operações da mineradora representaram 3,5% do PIB mineiro. Com os novos aportes, a empresa estima movimentar R$ 3 bilhões por ano em salários e gerar R$ 440 milhões anuais em royalties para o estado.


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