Cerveja contém traços de metanol, mas especialistas garantem segurança no consumo
Mesmo com a produção natural da substância durante a fermentação, níveis encontrados na bebida são considerados inofensivos por entidades do setor
Por Plox
04/10/2025 08h38 - Atualizado há 9 dias
Após o surgimento de mais de uma centena de casos suspeitos de intoxicação por metanol no Brasil, todos ligados ao consumo de bebidas destiladas, começaram a circular nas redes sociais questionamentos sobre o risco da substância em cervejas.

Apesar da preocupação do público, especialistas e entidades do setor asseguram que a presença de metanol na cerveja é extremamente reduzida e não representa ameaça à saúde humana. Durante o processo natural de fermentação da bebida, pode ocorrer a formação de pequenas quantidades de metanol — especialmente se houver uso de ingredientes ricos em pectina, como cascas de frutas.
A Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva), por meio de uma nota publicada em seu perfil no Instagram, esclareceu que, embora o metanol possa surgir nesse processo, sua concentração é muito baixa. Algumas pesquisas mencionadas pela entidade indicam que os níveis presentes chegam a ser inferiores ao limite de detecção laboratorial. Além disso, estudos revelam que as concentrações costumam variar entre 6 mg/L e 27 mg/L — patamar considerado totalmente seguro segundo normas internacionais.
A Abracerva destaca ainda que, mesmo nos casos em que a concentração alcança o valor máximo típico de 27 mg/L, seria necessário o consumo diário de 296,3 litros de cerveja para que o organismo atingisse o limite tóxico de 8 gramas da substância por dia.
\"Nenhum processo normal de produção de destilados ou fermentados apresenta capacidade de ter a substância metanol (em quantidade) que prejudique a saúde do ser humano\"
, afirmou Mário Morais Marques, presidente do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral de Minas Gerais (Sindibebidas).
No mesmo comunicado, a Abracerva reforça que a adição intencional de metanol em cervejas não traria qualquer vantagem econômica para eventuais fraudadores, já que o custo da adulteração é alto e o risco de detecção é significativo.
Com base nesses dados, os especialistas tranquilizam os consumidores: o consumo de cervejas, dentro dos padrões industriais normais, permanece seguro.