Restaurante em BH suspende venda de bebidas alcoólicas após alerta de metanol
Estabelecimento do bairro Lourdes adota medida preventiva em meio a aumento de intoxicações por bebidas contaminadas no país
Por Plox
04/10/2025 07h49 - Atualizado há 9 dias
O restaurante Capitão Leitão, situado no tradicional bairro Lourdes, em Belo Horizonte, decidiu interromper temporariamente a comercialização de bebidas alcoólicas como vodka, gin e whisky. A decisão, tomada nesta sexta-feira (3/10), tem caráter preventivo diante dos recentes casos de intoxicação por metanol em diferentes regiões do país.

Segundo comunicado oficial do restaurante, todos os produtos vendidos no local são adquiridos de distribuidores certificados, com nota fiscal e selo de autenticidade.
\"Essa medida permanecerá até que todas as normas e orientações sejam devidamente estabelecidas pela Vigilância Sanitária\", declarou o estabelecimento
.
Embora Minas Gerais ainda não tenha registrado nenhuma ocorrência de intoxicação por metanol, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) reforçou a vigilância em todas as regiões. Em nota, o órgão afirmou que orientações já foram encaminhadas às unidades regionais, destacando a importância da notificação imediata de qualquer caso suspeito.
No cenário nacional, o Ministério da Saúde divulgou que, até esta sexta-feira, foram registradas 113 notificações de suspeita de intoxicação por metanol em cinco estados e no Distrito Federal. Dessas, 11 foram confirmadas em exames laboratoriais, enquanto outras 102 seguem em investigação. Entre os registros, há uma morte confirmada em São Paulo e outras 11 em análise, distribuídas entre São Paulo, Pernambuco, Bahia e Mato Grosso do Sul.
As primeiras notificações nos estados da Bahia, Paraná e Mato Grosso do Sul também foram incluídas no mais recente boletim, ampliando a abrangência da crise que, anteriormente, estava concentrada em São Paulo, DF e Pernambuco. São Paulo lidera com 101 casos notificados, sendo 11 confirmados e 90 sob investigação.
Em resposta à gravidade da situação, a Polícia Federal intensificou a fiscalização em fábricas de bebidas localizadas em cidades como Poços de Caldas (MG), Campinas (SP), Chapecó (SC) e Joinville (SC). As ações buscam verificar a regularidade dos insumos utilizados, a presença de substâncias tóxicas e a rastreabilidade dos lotes produzidos.
No campo do tratamento médico, o governo federal anunciou a aquisição emergencial de 4.300 ampolas de etanol farmacêutico, utilizado no combate à intoxicação por metanol. Também está prevista a compra de até 5.000 tratamentos, com uso de aproximadamente 30 ampolas por paciente. Outra medida considerada é a importação ou doação do fomepizol, um antídoto ainda sem registro junto à Anvisa, mas que tem sido eficaz contra os efeitos do metanol.
Com o aumento dos casos e o avanço das investigações, cresce a preocupação entre autoridades sanitárias e o setor de alimentação. Especialistas ressaltam que cervejas e vinhos apresentam risco menor de contaminação, por sua composição e processo de produção, mas alertam para a importância de consumir bebidas apenas de fontes confiáveis e legalizadas.