AstraZeneca afirma que pílula experimental contra obesidade é segura em fase inicial de testes
AstraZeneca divulgou resultados positivos de segurança e tolerabilidade em teste inicial de sua pílula contra obesidade, licenciada da Eccogene, com previsão para nova fase de testes até 2025
Por Plox
04/11/2024 13h07 - Atualizado há 6 meses
AstraZeneca anunciou nesta segunda-feira (4) que sua pílula experimental para perda de peso, desenvolvida em parceria com a chinesa Eccogene, mostrou-se segura e tolerável em um teste de fase inicial, com efeitos colaterais alinhados aos observados na classe de medicamentos GLP-1. A informação foi revelada em um briefing da empresa antes da apresentação dos dados na conferência ObesityWeek, em San Antonio, Texas.
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O estudo, que contou com a participação de 72 voluntários, foi estruturado para avaliar a segurança e tolerabilidade do medicamento em pessoas saudáveis não obesas e em indivíduos com diabetes tipo 2. Segundo a vice-presidente executiva de pesquisa e desenvolvimento em biofarmacêuticos da AstraZeneca, Sharon Barr, os resultados positivos permitiram que a empresa avançasse para a fase II dos testes clínicos.
Após o anúncio dos dados, as ações da AstraZeneca subiram até 2,9% antes de reduzirem os ganhos, fechando com alta de 0,7% por volta das 15h30 GMT.
Na nova fase de testes, prevista para ser concluída até o final de 2025, o foco estará na eficácia do medicamento AZD5004 para redução de peso em participantes obesos e com sobrepeso. A AstraZeneca, que licenciou a pílula em 2023 por até US$ 2 bilhões, acredita que o tratamento pode apresentar menos efeitos colaterais em comparação com medicamentos injetáveis como Zepbound, da Eli Lilly, e Wegovy, da Novo Nordisk, ambos também da classe dos agonistas do receptor GLP-1.
Durante o briefing, Barr comentou sobre o aumento de náuseas e vômitos em resposta à dosagem, efeitos já esperados para essa classe de medicamentos, que atua reduzindo o apetite e retardando a digestão. Não foram registrados eventos adversos graves em nenhum dos participantes.
O CEO da AstraZeneca, Pascal Soriot, já havia reconhecido em 2023 que a empresa estava "alguns anos atrás" do sucesso alcançado por Novo Nordisk e Eli Lilly, que lideram o mercado com medicamentos eficazes para o tratamento da obesidade.