Polícia

Dez suspeitos são presos por assassinato de ex-delegado em Praia Grande

Polícia Civil prende envolvidos na execução de Ruy Ferraz Fontes; facção PCC é apontada como mandante do crime, motivado pelo combate do ex-delegado ao crime organizado.

04/11/2025 às 11:45 por Redação Plox

Dez suspeitos acusados de participação na execução do ex-delegado-geral de Polícia de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, já foram presos pela Polícia Civil. Ruy foi assassinado com 12 tiros de fuzil na noite de 15 de setembro, em Praia Grande, no litoral paulista. O anúncio mais recente aconteceu na segunda-feira (3), com a captura de Marcos Augusto Rodrigues Cardoso, conhecido como Penélope ou Fiel.

Os 10 indivíduos investigados por envolvimento no homicídio do ex-delegado

Os 10 indivíduos investigados por envolvimento no homicídio do ex-delegado

Foto: Reprodução / g1


Penélope: o décimo preso do caso

Marcos Augusto Rodrigues Cardoso, de 36 anos, recebeu destaque nas investigações como membro do PCC. De acordo com o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Penélope teria papel de liderança na ação criminosa, sendo, inclusive, apontado como quem convocou os executores para o ataque ao ex-delegado. Ele seria um dos ocupantes de um veículo Logan branco que perseguiu Ruy Ferraz na noite do crime.

Fofão e a logística da execução

Luiz Henrique Santos Batista, conhecido como Fofão, foi preso em São Vicente em 19 de setembro, suspeito de atuar na logística do crime. Investigações apontam que Fofão foi responsável por dar carona para um dos envolvidos fugir do local da execução, o que fez dele a segunda prisão confirmada no caso.

Demais envolvidos: perfis e prisões

Willian Silva Marques, de 36 anos, dono de uma casa em Praia Grande de onde teria saído um dos fuzis usados no crime, foi preso no dia 21 de setembro. O imóvel pertence à sua família, e a participação de seu irmão, um policial militar, foi descartada pelo DHPP.

Dahesly Oliveira Pires é a única mulher no grupo e foi presa em 17 de setembro. Ela é acusada de transportar um fuzil da região do ABC Paulista para Praia Grande, utilizado na execução. Dahesly já havia sido presa em 2023, ao tentar entrar com drogas em um presídio de Osasco.

Outro nome apontado pela polícia é Rafael Marcell Dias Simões, o Jaguar, de 42 anos. Com antecedentes por sequestro, Jaguar se entregou em uma delegacia de São Vicente em 20 de setembro, após sua identidade ser revelada. Perícias indicaram sua presença na cena do crime, e, segundo autoridades, ele seria um dos atiradores responsáveis pela morte de Ruy Ferraz.

Felipe Avelino da Silva, o Mascherano, membro do PCC, foi detido em Cotia em 6 de outubro após exames de DNA confirmarem sua ligação com um dos veículos utilizados no crime. Mascherano já tinha condenações anteriores por tráfico de drogas, roubo qualificado e corrupção de menores.

Danilo Pereira Pena, apelidado de Matemático, foi o sexto suspeito preso. Com nível superior e sem antecedentes criminais, Danilo foi localizado em uma pousada no bairro Morumbi, em 15 de outubro. As investigações sugerem que Matemático ordenou a movimentação logística de outros envolvidos, incluindo a transferência de Jaguar de São Vicente a São Paulo.

Cris Brown, PH e outros nomes

Cristiano Alves da Silva, conhecido como Cris Brown, de 36 anos, promovia eventos e já tinha passagens criminais. É apontado como proprietário da casa utilizada como ponto de apoio da quadrilha em Mongaguá, cidade vizinha a Praia Grande. Imagens indicam que ele esteve no local no dia seguinte ao assassinato.

José Nildo da Silva, de 47 anos, foi detido em Itanhaém, em 20 de outubro. Segundo a Polícia Civil, ele pode ter sido um dos atiradores que participaram da execução. José foi encontrado em uma das casas utilizadas pelo grupo, usando colete à prova de balas e armado.

Paulo Henrique Caetano Sales, o PH, de 38 anos, é proprietário de um dos imóveis apontados como base dos criminosos em Praia Grande. Ele foi localizado e preso no Jardim Shangrilá, Zona Sul da capital paulista.

Procurados e mortes em confronto

Além dos dez presos, duas pessoas seguem foragidas: Flávio Henrique Ferreira de Souza, cujo DNA foi achado em um dos carros da ação, e Luis Antonio Rodrigues de Miranda, suspeito de ordenar a busca pelo armamento. Um outro suspeito, Umberto Alberto Gomes, morreu em confronto com a Polícia Civil do Paraná. Ele era identificado por digitais em um imóvel utilizado pela quadrilha em Mongaguá.

Investigações apontam ligação com o PCC

As autoridades confirmam o elo da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) com a morte do ex-delegado. Ao longo de mais de 40 anos de carreira, Ruy Ferraz atuou diretamente no combate ao crime organizado e esteve à frente de operações contra o PCC, inclusive após assumir cargos civis.

O ex-delegado foi morto pouco depois de encerrar o expediente como secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande. O relatório de investigações já mencionava ameaças e planos de atentado contra autoridades, incluindo Ruy Ferraz, mesmo após sua aposentadoria em 2023.

Sistemas de monitoramento da Prefeitura de Praia Grande detectaram a movimentação criminosa semanas antes do assassinato. Um carro utilizado no crime foi flagrado na cidade ainda em agosto. Além dele, uma caminhonete, posteriormente incendiada, também foi usada pela quadrilha.

Residências foram alugadas em Praia Grande e Mongaguá para servir de base e apoio logístico aos envolvidos. A polícia ressalta a presença de pelo menos quatro suspeitos dentro do carro que perseguiu Ruy Ferraz, mas não todos já foram identificados até o momento.

Resumo dos presos e suspeitos

Até agora, foram presos: Willian Silva Marques, Dahesly Oliveira Pires, Luiz Henrique Santos Batista (Fofão), Rafael Marcell Dias Simões (Jaguar), Felipe Avelino da Silva (Mascherano), Danilo Pereira Pena (Matemático), Cristiano Alves da Silva (Cris Brown), José Nildo da Silva, Paulo Henrique Caetano Sales (PH) e Marcos Augusto Rodrigues Cardoso (Penélope).

Continuam foragidos Flávio Henrique Ferreira de Souza e Luis Antonio Rodrigues de Miranda. Umberto Alberto Gomes morreu em confronto com a polícia.

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