A influenciadora digital e terapeuta parental Carla Castro usou suas redes sociais para criticar a visita da deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) e das ministras Macaé Evaristo (Direitos Humanos) e Anielle Franco (Igualdade Racial) ao Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio de Janeiro. Por meio de um vídeo, Carla ironizou a presença das autoridades no local.

Críticas à atuação das autoridades

Durante sua publicação, a influenciadora relembrou episódios em que moradores foram mortos em tiroteios e apontou, de forma crítica, que familiares das vítimas não receberam apoio de representantes do poder público. Carla mencionou casos recentes de vítimas atingidas por disparos durante confrontos, destacando o impacto nas famílias.

Estou sabendo que a senhora está trabalhando com o negócio de condolências agora. A senhora sua corja, desculpa! A senhora e as suas amigas, né? A ministra do coisa qualquer e a ministra do direito dos desumanos, direito dos traficantes, direito dos bandidos. A ministra dos direitos aí do Lula. Então, eu só acho que a senhora está esquecendo algumas pessoas. E eu vim aqui para lembrar a senhora. Eu acho que a senhora deveria levar condolências para o filho de 4 anos da Verônica, que morreu com um tiro na cabeça dado pelo Comando Vermelho. A Verônica estava indo passear com a família e tinha um bloqueio feito pelo Comando Vermelho. Ela foi mexer e aí o que aconteceu: os bandidos atiraram contra o carro dela, um tiro pegou na cabeça e ela morreu na frente do filho. A família está bastante abalada. A família da Bárbara, que morreu essa semana. [Ela tinha] 28 anos, estava indo trabalhar, [houve] uma troca de tiros entre traficantes e a Bárbara acabou sendo atingida. A família também está muito abalada

Carla Castro

Detalhes da visita ao Alemão

A visita ocorreu na última quinta-feira e contou com participação de outros deputados da esquerda, que acompanharam as ministras após uma megaoperação contra o tráfico de drogas realizada pelo governo do estado do Rio de Janeiro.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Reimont (PT-RJ), e a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) também estiveram presentes no encontro, que aconteceu na Central Única das Favelas (CUFA) e teve como objetivo apurar as mortes registradas na região.

Repercussão e críticas ao governo estadual

Na véspera da visita, parlamentares fluminenses fizeram críticas ao governador Cláudio Castro (PL) devido à megaoperação. O grupo chegou a solicitar sua prisão preventiva, alegando “risco concreto à ordem pública e à investigação”. O documento ainda sugeria o afastamento de Castro para impedir novas ações semelhantes.

Outro ponto destacado foi a alegação de que o governo estadual não utilizou integralmente os recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública. Em coletiva de imprensa, os deputados acusaram a gestão estadual de promover uma “chacina continuada” contra moradores de comunidades sob influência do tráfico.