Política

CPI do Crime Organizado será instalada com disputa por comando no Senado

Oposição busca presidência da comissão, enquanto relatoria pode ficar com Alessandro Vieira; objetivo é investigar avanço das facções no Brasil.

04/11/2025 às 07:30 por Redação Plox

A CPI do Crime Organizado será oficialmente instalada nesta terça-feira no Senado, e a definição dos principais cargos da comissão movimenta os bastidores políticos em Brasília.

Senador Márcio Bittar discute a CPI do Crime Organizado

Senador Márcio Bittar discute a CPI do Crime Organizado

Foto: Senado Federal


Disputa pelo comando da comissão

Os partidos de oposição buscam garantir a presidência da CPI e, segundo o senador Márcio Bittar (União-AC), Magno Malta (PL-ES) surge como o principal nome para assumir o posto. No entanto, questões de saúde podem afastar Malta da função, abrindo espaço para Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que aparece como substituto natural.

Bittar informou que a oposição mantém conversas internas para fechar um acordo com parlamentares do centro, visando equilíbrio nas decisões da comissão. Uma das possibilidades negociadas é conceder à oposição a presidência da CPI, enquanto a relatoria ficaria com Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do requerimento que originou a comissão.

Negociações e desafios iniciais

De acordo com o senador, o bloco oposicionista acredita reunir apoio suficiente para controlar tanto a presidência quanto a relatoria. Apesar disso, Bittar afirma que o objetivo é evitar impasses no início dos trabalhos e buscar um entendimento civilizado para a condução das investigações.

O Flávio está coordenando as conversas. Se o Magno abrir mão, ele é o nome mais indicado. Entre nós há consenso. – Márcio Bittar

Nessa articulação, o entendimento seria manter a presidência com a oposição e a relatoria com Vieira, por sua postura considerada equilibrada pelos pares.

Foco da investigação e críticas à segurança

A CPI foi criada para apurar a expansão do crime organizado no Brasil e eventuais falhas na atuação estatal. O plano é convidar especialistas em segurança pública, autoridades policiais e representantes do Judiciário para participarem dos debates durante os trabalhos investigativos.

Bittar avaliou de forma crítica as políticas de segurança das últimas décadas, relacionando o crescimento das facções criminosas à falta de punição mais rigorosa.

Milhões de brasileiros vivem sob o domínio de facções, e a oposição defende enfrentar o problema com rigor e punições efetivas.

Caráter técnico e político da comissão

Indagado sobre o perfil da CPI, Márcio Bittar afirmou que os trabalhos terão, inevitavelmente, uma dimensão política, mas destacou a importância da participação de especialistas e de agentes atuantes no combate ao crime, para conferir assertividade aos debates.

O senador participará da instalação da comissão como suplente de Sergio Moro (União-PR), ausente por motivos de viagem, e garantiu que os oposicionistas estarão unidos na primeira reunião para iniciar as apurações.

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