Política

Senado instala CPI do Crime Organizado para investigar facções e milícias

Comissão começa seus trabalhos em meio a tensão política e após operação no Rio com 121 mortos; foco será estruturar diagnóstico do crime e propor políticas de segurança.

04/11/2025 às 09:15 por Redação Plox

O Senado instala nesta terça-feira a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado. O objetivo é investigar a estrutura, o financiamento e a expansão de facções criminosas e milícias no Brasil, cenário que ganhou ainda mais visibilidade após uma megaoperação policial no Rio de Janeiro que resultou em 121 mortes. A composição da comissão indica mais um capítulo da polarização entre esquerda e direita no Congresso.

O requerimento para a criação da CPI foi proposto pelo senador Alessandro Vieira

O requerimento para a criação da CPI foi proposto pelo senador Alessandro Vieira

Foto: (crédito: Waldemir Barreto/Agência Senado)


Disputa por liderança e cargos estratégicos

A CPI será formada por 11 membros titulares e sete suplentes. O senador Alessandro Vieira, autor do requerimento para a criação da comissão, é o principal nome cotado para assumir a relatoria. Nos bastidores, circula também o nome do senador Fabiano Contarato para a presidência dos trabalhos. Os nomes devem ser oficializados na sessão inaugural.

Entre os demais parlamentares cotados para integrar a comissão estão Flávio Bolsonaro, Sergio Moro, Jaques Wagner e Rogério Carvalho, figuras de notoriedade das diversas correntes políticas do Senado.

Oposição articula para barrar protagonismo do PT

A senadora Damares Alves afirmou que a oposição pretende impedir o controle do PT sobre a CPI, alegando risco de interferência política nas investigações. Ela destacou a importância do trabalho das comissões de inquérito no Congresso e afirmou que a sociedade espera respostas concretas dos parlamentares.A articulação envolve nomes como Magno Malta, Hamilton Mourão, Styvenson Valentim, Alessandro Vieira, Sergio Moro e Flávio Bolsonaro, reforçando a intenção da direita em influenciar os rumos da investigação.

Divergências sobre estratégias de combate ao crime

O senador Rogério Marinho criticou a tentativa do governo federal de minimizar os impactos da crise da segurança pública e apontou movimentos do PT para assumir o comando da CPI apesar de não ter assinado seu requerimento. A estratégia do embate político se expande para a definição dos cargos de comando da comissão.

Já outros parlamentares, como Jaques Wagner e Fabiano Contarato, defendem que o combate ao crime organizado se faça com inteligência e asfixia financeira das organizações, rejeitando operações como a do Rio de Janeiro, considerada desastrosa e prejudicial a inocentes e profissionais da segurança pública.

CPI busca diagnóstico inédito do crime organizado

Segundo Alessandro Vieira, a proposta é elaborar um diagnóstico inédito sobre o funcionamento das organizações criminosas, identificando suas fontes de financiamento e rotas de influência. O senador destaca a necessidade de compreender o que funciona e o que precisa ser aprimorado nas políticas de segurança atuais.

Nossa expectativa é de que a CPI consiga apontar como elas atuam, suas fontes de financiamento e as rotas de influência. É fundamental entender o que funciona e o que não funciona nas políticas de segurança em vigor. – Alessandro Vieira

O senador Mecias de Jesus avalia que a CPI traz ao Congresso a oportunidade de estabelecer parâmetros nacionais sobre o uso da força policial.Segundo ele, é fundamental garantir segurança jurídica às corporações, sem criminalizar o trabalho das polícias no cumprimento de suas funções.

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