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Produção industrial brasileira recua 0,4% em setembro, aponta IBGE

Setor registrou queda em três das quatro grandes categorias econômicas; apesar do recuo mensal, indústria acumula alta de 1% em 2025

04/11/2025 às 09:48 por Redação Plox

A produção industrial brasileira registrou queda em setembro deste ano, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta terça-feira (4/11). O desempenho negativo ocorre após um período de estabilidade do setor.

IBGE: após sinalizar recuperação em agosto, a produção industrial retoma o seu declínio

IBGE: após sinalizar recuperação em agosto, a produção industrial retoma o seu declínio

Foto: Divulgação/Portal Brasil

Queda mensal e leve alta anual

De acordo com o IBGE, a produção industrial recuou 0,4% em setembro na comparação com agosto, considerando a série com ajuste sazonal. Apesar da redução no mês, o setor mostrou alta de 2% em relação a setembro do ano passado. No acumulado de 2025 até setembro, o crescimento foi de 1%, enquanto no acumulado dos 12 meses encerrados em setembro, houve avanço de 1,5%.

O resultado mensal da produção ficou alinhado às expectativas do mercado, que projetava queda de 0,4% no mês e alta de 1,7% no ano.

A média móvel trimestral da indústria, calculada na série com ajuste sazonal, teve leve alta de 0,1% no trimestre encerrado em setembro frente aos três meses anteriores.

Desempenho por grandes categorias e segmentos

Segundo o IBGE, três das quatro grandes categorias econômicas e 12 dos 25 segmentos industriais pesquisados registraram retração em setembro.

As principais influências negativas vieram dos produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,7%), indústrias extrativas (-1,6%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,5%). Outros setores que apresentaram queda foram confecção de artigos do vestuário e acessórios (-2,9%), produtos químicos (-0,4%), produtos diversos (-2,7%) e outros equipamentos de transporte (-1,9%).

Por outro lado, a produção cresceu em alguns segmentos, com destaque para produtos alimentícios (+1,9%), que marcou o terceiro mês consecutivo de alta e o maior impacto positivo no mês. Também contribuíram para o lado positivo os setores de produtos do fumo (+19,5%), produtos de madeira (+5,5%), produtos de borracha e de material plástico (+1,3%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (+1,7%), manutenção e reparação de máquinas e equipamentos (+2%), artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (+2,3%), bebidas (+1,1%) e metalurgia (+0,5%).

Entre as grandes categorias econômicas, os destaques negativos foram bens de consumo duráveis (-1,4%), bens intermediários (-0,4%) e bens de consumo semi e não duráveis (-0,1%). Já o setor de bens de capital avançou 0,1% no mesmo período.

Análises indicam acomodação do setor

Análises do setor apontam que a indústria passa por um momento de ajustes e desempenho moderado. Para um economista ouvido no relatório, o resultado de setembro indica uma recomposição em segmentos que vinham apresentando desempenho abaixo da média nos últimos meses, porém ainda sem sinais claros de recuperação. A expectativa é que o setor feche o ano com crescimento moderado em torno de 1,1%.

Segundo outra avaliação, o setor industrial continuou praticamente estagnado no terceiro trimestre, respaldando o fraco desempenho já observado desde o último trimestre de 2024, especialmente no segmento de transformação. Uma das análises destaca que a categoria de bens de consumo apresentou, no acumulado do terceiro trimestre, queda de 2,9% frente ao mesmo período do ano anterior.

Outro ponto observado é a influência da indústria extrativa sobre o resultado da produção industrial geral. Quando esse segmento apresenta desempenho negativo, impacta diretamente o resultado global do setor. Analistas apontam que o ambiente de aperto monetário contribui para a manutenção do quadro atual de baixa atividade industrial.

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