Família de torcedor cruzeirense morto em emboscada processa Palmeiras por R$ 8,75 milhões

Clube é alvo de quatro ações judiciais após ataque a ônibus da Máfia Azul em São Paulo

Por Plox

04/12/2024 10h48 - Atualizado há 8 dias

Familiares de José Victor dos Santos Miranda, torcedor do Cruzeiro morto durante uma emboscada na rodovia Fernão Dias, em São Paulo, movem quatro ações judiciais contra o Palmeiras no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). A tragédia aconteceu no final de outubro, quando o ônibus da torcida organizada Máfia Azul foi atacado por integrantes da Mancha Alviverde. No total, as indenizações solicitadas somam R$ 8,75 milhões.

O advogado da família, Juliano Pereira Nepomuceno, já representa outros casos relacionados a conflitos entre torcidas. Em uma das ações, é cobrado R$ 1,15 milhão pela morte de Gabriela Anelli, torcedora do Palmeiras assassinada em julho de 2023 em um confronto com flamenguistas nos arredores do Allianz Parque.

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Detalhes dos processos

As ações foram distribuídas por sorteio entre juízes do Foro Central Cível, sendo que dois dos processos estão sob responsabilidade do juiz Felipe Poyares Miranda, da 16ª Vara Cível. O magistrado recomendou a unificação de uma das petições, alegando economia processual e a semelhança entre os casos.

Um dos processos pede o maior valor, R$ 5,75 milhões, enquanto os outros três solicitam R$ 1 milhão cada.

Emboscada e desdobramentos

O ataque ocorreu em 27 de outubro, no quilômetro 65 da rodovia Fernão Dias, em Mairiporã (SP). Torcedores palmeirenses interceptaram o ônibus que transportava cruzeirenses de volta a Belo Horizonte após o jogo entre Cruzeiro e Athletico-PR, disputado em Curitiba. Além da morte de José Victor, outras 17 pessoas ficaram feridas.

A polícia prendeu temporariamente 12 suspeitos envolvidos no crime. Entre eles, Jorge Luís Sampaio Santos e Felipe Mattos, apontados como líderes do ataque, seguem foragidos. A defesa dos dois afirma que a entrega depende do acesso às acusações, já que o processo está sob sigilo judicial.

Retaliação e histórico de confrontos

A emboscada é interpretada como uma retaliação a um episódio de 2022, quando integrantes da Máfia Azul agrediram e roubaram documentos de Jorge Luís Sampaio Santos, membro da Mancha Alviverde, também na rodovia Fernão Dias. Na ocasião, a violência resultou em quatro feridos por tiros.

Posição do Palmeiras

O clube paulista se manifestou por meio de fontes internas, afirmando que considera inapropriado ser responsabilizado por um crime ocorrido em uma rodovia, sem relação direta com uma partida. O Palmeiras rompeu relações com a Mancha Alviverde, que enfrenta investigações e sanções.

Após ameaças à presidente Leila Pereira, a torcida organizada foi proibida de entrar na sede social do clube com uniformes ou acessórios que indiquem filiação à Mancha. Além disso, a Federação Paulista de Futebol (FPF) vetou materiais da torcida em estádios do estado.

Próximos jogos e tensões em Minas

Nesta quarta-feira (4), Cruzeiro e Palmeiras se enfrentam pela 37ª rodada do Campeonato Brasileiro, no Mineirão, em Belo Horizonte. Inicialmente, a CBF determinou que o jogo aconteceria sem torcida, mas o Governo de Minas Gerais recorreu para permitir somente cruzeirenses nas arquibancadas.

A Polícia Militar de Minas Gerais garantiu segurança para ambas as torcidas, mas a decisão final sobre a presença de público ainda depende da CBF.

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