Prefeito de Congonhas terá salário próximo ao de Lula, ultrapassando capitais e governador de MG
Município de Minas Gerais, com 52 mil habitantes, aprova salário de R$ 43,9 mil para prefeito, superando remunerações de todas as capitais brasileiras e do governador Romeu Zema.
Por Plox
04/12/2024 22h47 - Atualizado há 9 dias
A cidade de Congonhas, na região central de Minas Gerais, aprovou um aumento significativo para o salário do prefeito. Anderson Cabido (PSB), eleito no último pleito, receberá um salário bruto de R$ 43,9 mil a partir de 2024, apenas R$ 100 a menos do que o subsídio de R$ 44 mil pago ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão foi ratificada pela Câmara Municipal em regime de urgência e sancionada em 3 de dezembro.
Superando capitais e governador do Estado
O novo salário ultrapassa os R$ 41,8 mil mensais que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), receberá a partir de 2025. Também está acima dos vencimentos de prefeitos de todas as capitais brasileiras. Em São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) lidera a lista dos chefes do Executivo municipal com maior salário entre capitais, recebendo R$ 38 mil. Em Florianópolis, Topázio Neto (PSD) ganha R$ 36,9 mil. Prefeitos de grandes cidades como Belo Horizonte e Rio de Janeiro, Fuad Noman (PSD) e Eduardo Paes (PSD), recebem R$ 35,6 mil, respectivamente. Na outra ponta, Tião Bocalom (PP), prefeito de Rio Branco (AC), tem o menor salário: R$ 20,6 mil.
Justificativa da Câmara Municipal
O presidente da Câmara Municipal de Congonhas, Igor Souza Costa (PL), defendeu o reajuste afirmando que a cidade é “algo fora da caixa”. Com um orçamento de mais de R$ 7 bilhões, oriundo principalmente da exploração mineral, Congonhas apresenta receitas superiores às de muitas cidades do mesmo porte. Segundo Igor, o salário do prefeito estava defasado, já que não era atualizado há 16 anos, exceto pela correção anual do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Ele argumentou ainda que, diferente de deputados, prefeitos não recebem benefícios como verba de gabinete ou auxílio-paletó.
Impacto no orçamento local
Apesar do reajuste, a aprovação do novo salário gerou debates sobre a proporcionalidade dos valores em relação à população da cidade, estimada em 52.890 habitantes pelo IBGE. A disparidade em comparação com outros municípios brasileiros também alimentou questionamentos.
Silêncio de entidades e administração municipal
Procurada pela reportagem, a Associação Mineira de Municípios (AMM) não se manifestou sobre o aumento. A Prefeitura de Congonhas também não deu retorno aos pedidos de esclarecimento.