Protestos em massa pedem renúncia do presidente da Coreia do Sul após decreto de lei marcial
Motivo foi a lei marcial decretada por Yoon Suk Yeol, que acabou sendo revogada pelo Parlamento
Por Plox
04/12/2024 08h57 - Atualizado há 7 dias
Milhares de sul-coreanos tomaram as ruas de Seul na madrugada desta quarta-feira (4) – horário local – para exigir a renúncia do presidente Yoon Suk Yeol, após ele decretar lei marcial na noite de terça-feira (3). A medida foi revogada ainda na madrugada pelo Parlamento, que rejeitou a decisão presidencial por meio de uma votação bipartidária.
Os manifestantes se concentraram nos arredores da Assembleia Nacional, localizada na região de Yeouido, bloqueando avenidas e entoando palavras de ordem como “Detenham Yoon Suk Yeol”. Cartazes exigindo o impeachment e a prisão do presidente eram vistos entre a multidão, que se aglomerou até mesmo em uma rodovia de oito faixas próxima ao local.
Lei marcial e reações políticas
A decisão de Yoon de instaurar a lei marcial foi justificada como uma tentativa de combater “forças antiestado” e conter a oposição, que controla o Parlamento e, segundo ele, é simpática ao regime comunista da Coreia do Norte. No entanto, a medida foi amplamente condenada pelos legisladores.
Após a rejeição formal pelo Parlamento, a lei marcial foi declarada “inválida” em uma reunião de emergência do Gabinete por volta das 4h30, com parlamentares afirmando que iriam “proteger a democracia com o povo”.
Park Chan-dae, líder do Partido Democrata, de oposição, afirmou que a ação de Yoon representou uma “traição” e pediu sua renúncia imediata.
Tensão nas ruas e greve geral
A mobilização popular foi marcada por confrontos entre manifestantes e tropas militares, que bloquearam os acessos à Assembleia Nacional. Apesar da tensão, não houve relatos de feridos graves. Entre os episódios registrados, uma manifestante tentou arrancar a arma de um soldado, enquanto gritava: “Você não está envergonhado?”.
Paralelamente, a Confederação Coreana de Sindicatos, que representa mais de um milhão de trabalhadores, declarou greve geral por tempo indeterminado. O grupo afirmou que seus membros, incluindo trabalhadores da Hyundai Motors, se reunirão nesta quarta-feira (4) no centro de Seul para intensificar as pressões pela renúncia do presidente.
Vozes das ruas
Entre os manifestantes, Jang Kyung-jin, corretor imobiliário que dirigiu por uma hora até o Parlamento após assistir ao discurso de Yoon, expressou sua indignação:
“O presidente exerceu seu poder pela força, e o povo saiu às ruas para protestar. Ele precisa ser removido do poder imediatamente.”