Modo de fazer queijo minas artesanal é reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade

Reconhecimento histórico valoriza tradição de 300 anos e impulsiona economia e cultura em Minas Gerais

Por Plox

04/12/2024 12h42 - Atualizado há cerca de 1 mês

Minas Gerais celebra um momento histórico nesta quarta-feira (4/12), com o reconhecimento internacional dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco. Para comemorar a conquista, uma série de atividades estão programadas para Belo Horizonte e para o interior até o dia 15. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, comemorou a conquista em pronunciamento no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte. O Plox acompanhou ao vivo.

 

O anúncio foi feito em Assunção, no Paraguai, durante a 9ª sessão do Comitê Intergovernamental para Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial,. Essa é a primeira vez que um produto da cultura alimentar brasileira é incluído na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco, colocando Minas e o Brasil em evidência global.

“Hoje é um dos dias mais especiais do meu governo. Após um longo trabalho, conseguimos o reconhecimento dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal como patrimônio cultural e imaterial da humanidade. Essa conquista valoriza nossa mineiridade, fortalece o turismo e aumenta a renda de milhares de produtores familiares”, afirmou.

Foto: Vanessa Peixoto / PLOX

 

 

Reconhecimento celebra tradição de 300 anos

O título representa o reconhecimento dos saberes ancestrais e técnicas tradicionais desenvolvidas ao longo de mais de 300 anos por pequenos produtores rurais. Segundo Leônidas de Oliveira, secretário de Cultura e Turismo, o status internacional do queijo mineiro valoriza a cultura local e impulsiona o turismo de experiência. “É uma oportunidade de apresentar Minas Gerais ao mundo por meio de nossas tradições e hospitalidade”, destacou.

 

Comemorações em Minas e programação especial

Para celebrar a conquista, o Governo de Minas organizou uma série de eventos em Belo Horizonte e no interior do estado. Na capital, as festividades incluem apresentações do violinista Marcus Viana e do Coro Sinfônico do Palácio das Artes, shows de drones e uma feira de queijos artesanais. No interior, espetáculos de drones projetarão imagens de queijos e montanhas em cidades produtoras, como Serro, Diamantina e Araxá.

 

Queijos minas artesanal servidos aos jornalistas em almoço no Palácio da Liberdade - Foto: Vanessa Peixoto / PLOX

 

Outra ação está agendada de quinta (5/12) a domingo (8/12), momento em que cerca de 80 jornalistas e blogueiros de gastronomia e turismo de todo o país vão percorrer cidades das dez regiões produtoras do Queijo Minas Artesanal no estado. Já nesta quarta-feira eles foram apresentados ao queijo minas artesanal compondo diversos pratos no almoço no Palácio da Liberdade. O Plox acompanhou ao vivo.

 

Na manhã do dia 15/12, das 9h às 13h, o destaque ficará por conta da apresentação do maior queijo minas padrão do mundo na Igrejinha da Pampulha, em BH. A iguaria é tradicionalmente produzida em Ipanema, no Vale do Rio Doce.

 

Valorização da memória e do saber popular

Minas Gerais, que abriga cerca de 9 mil produtores de Queijo Minas Artesanal, registra uma produção anual de 40 mil toneladas e gera mais de 50 mil empregos diretos e indiretos. A renda gerada ultrapassa R$ 2 bilhões por ano, consolidando o estado como uma potência na economia da criatividade.

 

Foto: Leo Bicalho / Secult-MG

 

Jornada pelo reconhecimento

A candidatura foi iniciada em setembro de 2022, durante o 4º Festival do Queijo Artesanal Mineiro, com o apoio do Governo de Minas, do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e de outras entidades. Desde então, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), tem promovido, no Brasil e no exterior, o QMA em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Ministério da Cultura (MinC), associações de produtores e entidades como o Sebrae Minas e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG).  

 

O trabalho envolveu desde a promoção do produto até a adoção de boas práticas de fabricação e pesquisas sobre a caracterização das regiões produtoras.

 

Foto: Guilherme Ferreira/Divulgação

 

O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, destacou as ações do Governo de Minas, por meio da pasta e suas vinculadas, Emater, Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), para tornar os Modos de Fazer o QMA patrimônio mundial.

"Por trás desse reconhecimento está o trabalho de levar ao produtor as boas práticas de fabricação, avanços na legislação, pesquisas, a caracterização das regiões e a defesa agropecuária para garantir a qualidade do produto. Esse título vai valorizar o nosso queijo e impulsionar a abertura de novos mercados", enfatizou Thales Fernandes.

 

 

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