Política

CPMI do INSS aprova convocação de Romeu Zema para depor sobre oferta de crédito a aposentados

Governador de Minas Gerais foi chamado a explicar atuação da Zema Financeira em operações de crédito consignado; decisão ocorre em meio a embate político com pedidos para ouvir Fábio Luís, filho de Lula

04/12/2025 às 14:05 por Redação Plox

Na última sessão antes do recesso parlamentar, a CPMI do INSS aprovou, nesta quarta-feira (4/12), a convocação do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). O movimento, encabeçado por parlamentares da base do governo federal, ocorre em meio ao aumento da tensão entre governistas e oposição.

O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que pretende coletar assinaturas para estender o funcionamento da comissão

O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que pretende coletar assinaturas para estender o funcionamento da comissão

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados


A iniciativa foi articulada como reação ao avanço de requerimentos da oposição para levar Fábio Luís, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a depor na comissão. Integrantes da base governista defendem que a participação de Zema é necessária para esclarecer suspeitas envolvendo a Zema Financeira, empresa à qual o governador é ligado. A atuação da companhia na oferta de crédito a aposentados e pensionistas está no foco dos questionamentos.

Depoimento de Zema fica para 2025

A votação ocorreu na última reunião da CPMI antes do início do recesso do Congresso. A oitiva de Romeu Zema, porém, só deve acontecer a partir de fevereiro, quando o Parlamento retoma as atividades e a comissão volta a se reunir para definir o cronograma das próximas etapas da investigação.

Autor do requerimento de convocação, o deputado Rogério Correia (PT-MG) sustentou no pedido que a presença do governador é necessária para que ele esclareça a atuação da Zema Financeira na oferta de produtos financeiros a aposentados e pensionistas, incluindo operações de crédito consignado.

Defesa alega motivação político-eleitoral

Em documento enviado à CPMI, a equipe de Romeu Zema argumentou que a convocação tem caráter político-eleitoral. Os advogados do governador informaram que ele não participa da gestão da empresa desde 22 de outubro de 2018, quando se desligou formalmente da sociedade, conforme ata de assembleia geral extraordinária registrada na Junta Comercial de Minas Gerais.

Quebra de sigilos de empresário é aprovada

A CPMI também aprovou a convocação e a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático do empresário Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, instituição liquidada pelo Banco Central. As investigações miram possíveis irregularidades na concessão de empréstimos consignados pelo banco.

Governo barra convocação de executivos e dirigente de clube

Com apoio do governo, a comissão rejeitou a convocação da presidente do Palmeiras, Leila Pereira, além dos CEOs do Santander, do C6 e do PicPay, que constavam em requerimentos apresentados pela oposição.

Alvos futuros da CPMI

Os congressistas seguem analisando outras dezenas de pedidos de convocação, que incluem o advogado-geral da União, Jorge Messias, indicado pelo presidente Lula para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), e Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha. Esses requerimentos fazem parte da disputa política em torno dos rumos da CPMI do INSS e de seus principais alvos.

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