Política

Governo barra convocação de Jorge Messias e Lulinha na CPMI do INSS, que chama Romeu Zema

Base governista impede depoimentos do advogado-geral da União, em meio à sua indicação ao STF, e de Fábio Luís Lula da Silva, enquanto colegiado aprova convocação do governador Romeu Zema em disputa política sobre esquema de R$ 6,3 bilhões

04/12/2025 às 14:01 por Redação Plox

O governo federal conseguiu, nesta quinta-feira (4/12), barrar a convocação do advogado-geral da União, Jorge Messias, na CPMI do INSS, impondo derrota à oposição dentro da comissão. Indicado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), Messias está em plena articulação com senadores em busca de votos para sua aprovação.

Lula afirma que Jorge Messias continuará exercendo seu papel de defesa da Constituição no STF

Lula afirma que Jorge Messias continuará exercendo seu papel de defesa da Constituição no STF

Foto: Agência Brasil


Além de evitar a ida de Messias à CPMI, aliados do presidente emplacaram outras vitórias na última sessão antes do recesso parlamentar. A base governista impediu a convocação de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho mais velho do presidente. A oposição queria ouvi-lo sobre uma suposta relação com Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”.

Convocação de Romeu Zema aprovada

Na mesma sessão, os integrantes da comissão aprovaram a convocação do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), o que foi comemorado por governistas como mais um revés para a oposição. Segundo aliados de Lula, a presença de Zema é considerada importante para esclarecer suspeitas envolvendo a Zema Financeira, empresa à qual o governador tem vínculos.

Para líderes do governo, as decisões da CPMI nesta quinta-feira consolidaram uma estratégia de preservar aliados considerados centrais e limitar a exposição de nomes sensíveis, mesmo com a presidência do colegiado nas mãos da oposição. Já parlamentares oposicionistas reagiram com críticas, alegando que a comissão pode desperdiçar a chance de ouvir depoimentos considerados essenciais para apurar supostas irregularidades no INSS.

CPMI marcada por disputa política

Instalada em agosto, a CPMI do INSS se transformou em um dos principais focos de embate entre o governo Lula e a oposição ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro. De um lado e de outro, há acusações mútuas sobre a responsabilidade por um esquema de corrupção que teria movimentado R$ 6,3 bilhões.

De acordo com as investigações em andamento, sindicatos e associações teriam se beneficiado de convênios com o governo para realizar descontos de mensalidades diretamente em benefícios de aposentados e pensionistas, sem a devida autorização dos titulares.

Disputa em torno da vaga no STF

Com a decisão da CPMI, Jorge Messias se livra de mais um foco de pressão em meio à corrida pela vaga no STF. O advogado busca reduzir resistências no Senado, onde boa parte dos parlamentares vinha se mostrando inclinada a apoiar a indicação de outro nome, o de Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Esse cenário é agravado pelo momento de desalinhamento entre Lula e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), fator que adiciona incertezas à tramitação da indicação de Messias para a mais alta corte do país.

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