Política

CPMI do INSS convoca Romeu Zema para depor sobre atuação da Zema Financeira

Governador de Minas e pré-candidato à Presidência é obrigado a comparecer à comissão após requerimento de Rogério Correia; Zema fala em retaliação eleitoral do PT e nega suspeitas contra empresa da família

04/12/2025 às 23:04 por Redação Plox

O governador de Minas Gerais e pré-candidato à Presidência da República, Romeu Zema (Novo), respondeu, na noite desta quinta-feira (4), à convocação para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS sobre operações de uma financeira de sua família. O requerimento, apresentado pelo deputado federal Rogério Correia (PT), foi aprovado pela maioria dos integrantes da comissão e torna obrigatório o comparecimento do governador.

Governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo)

Governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo)

Foto: Imprensa MG


O nome de Zema passou a integrar o foco das investigações em razão da Zema Financeira, empresa do Grupo Zema, ligado à família do político. A instituição é citada no colegiado por ofertar empréstimos consignados para aposentados e pensionistas do INSS, com descontos diretos em folha que poderiam chegar a 40%, além de permitir a portabilidade de contratos de outras instituições financeiras.

Zema reage e fala em retaliação eleitoral

Em vídeo divulgado após a aprovação do requerimento, Zema afirmou que sua entrada na política se deu com o objetivo de combater práticas que, segundo ele, estariam por trás da convocação. Ele também atribuiu ao PT a iniciativa de levá-lo à CPMI e classificou a decisão como movimento de caráter eleitoral.

O governador sustentou que a empresa de sua família “nunca foi investigada por nada” e afirmou que, no próprio ofício de convocação, não há qualquer menção a suspeitas concretas. Segundo ele, a atuação da Zema Financeira é “muito clara e muito transparente”.

Ao criticar gestões anteriores em Minas Gerais, Zema disse que o Estado estava “arruinado” e em sua maior crise histórica, atribuindo a situação ao PT. Na avaliação do governador, a convocação não representa uma busca por esclarecimentos, mas sim uma tentativa de retaliação eleitoral contra sua pré-candidatura, que ele considera estar “incomodando”.

Atuação da Zema Financeira sob escrutínio

De acordo com o requerimento aprovado, a Zema Financeira atuava na concessão de crédito consignado a beneficiários do INSS, com descontos automáticos em folha e possibilidade de migração de contratos firmados em outros bancos. Para o autor do pedido, deputado Rogério Correia, a atuação da empresa “requer especial atenção” da CPMI em razão da posição de Zema como herdeiro e ex-administrador do grupo familiar.

Carta à CPMI reforça disposição para depor

Antes mesmo da votação do requerimento, o governador encaminhou uma carta à Comissão, na qual se colocou à disposição para prestar esclarecimentos. O texto foi lido pelo presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), e acabou reforçando a decisão do colegiado de aprovar a convocação.

A data do depoimento de Romeu Zema ainda será definida. A expectativa é que ele seja ouvido nas próximas semanas, em uma fase considerada mais midiática da CPMI, marcada por oitivas e quebras de sigilo.

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