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Comissão do Vaticano vota contra permissão para mulheres servirem como diaconisas

Relatório entregue ao papa Leão XIV afirma que pesquisa histórica e investigação teológica não permitem, por ora, admitir mulheres ao diaconato, mas ressalta que tema seguirá em estudo e não há julgamento definitivo

04/12/2025 às 11:02 por Redação Plox

Uma comissão de alto nível do Vaticano votou contra a permissão para que mulheres católicas atuem como diaconisas, mantendo a prática de um clero exclusivamente masculino em toda a Igreja. A decisão consta de um relatório entregue ao papa Leão XIV e divulgado nesta quinta-feira (4).

Comissão afirmou que estudos históricos e análises teológicas afastam a possibilidade de mulheres ocuparem o cargo

Comissão afirmou que estudos históricos e análises teológicas afastam a possibilidade de mulheres ocuparem o cargo

Foto: Reprodução / Vatican News.


Em votação por 7 votos a 1, o grupo concluiu que a pesquisa histórica e a investigação teológica “excluem a possibilidade” de admitir mulheres ao diaconato neste momento, embora tenha recomendado que o tema continue a ser estudado de forma mais aprofundada.

Relatório evita posição definitiva

Segundo o relatório, a avaliação da comissão sobre o assunto é considerada sólida, mas não encerra o debate dentro da Igreja. O documento afirma que a análise realizada até agora “não permite, até o momento, a formulação de um julgamento definitivo”.


As discussões sobre a instituição de diaconisas — ministros ordenados que podem auxiliar nos serviços da Igreja, mas não celebrar a missa — têm provocado intensos debates na comunidade católica mundial, que reúne cerca de 1,4 bilhão de fiéis.

O que fazem os diáconos na Igreja Católica

Na estrutura da Igreja, diáconos católicos podem batizar fiéis, testemunhar casamentos e presidir funerais, entre outras funções pastorais. Em algumas regiões, eles também assumem a liderança de paróquias na ausência de um padre, embora a celebração da missa continue reservada ao presbítero.

Estudos anteriores e posição dos papas

O falecido papa Francisco criou duas comissões para estudar a possibilidade de mulheres servirem como diaconisas. Esses grupos trabalharam em sigilo, e o relatório divulgado nesta quinta-feira é a primeira vez em que os resultados das discussões internas vêm a público.


Leão XIV, eleito em maio e até então pouco conhecido no cenário internacional, ainda não tornou pública qualquer posição sobre a ordenação de mulheres como diaconisas.

Em 1994, o papa João Paulo II proibiu a ordenação de mulheres como sacerdotes, mas não tratou diretamente da possibilidade de diaconisas. Esse silêncio alimentou, ao longo dos anos, a expectativa de que o tema pudesse ser reaberto em novos estudos.

Argumentos dos defensores das diaconisas

Defensores da ordenação de mulheres ao diaconato citam evidências históricas de que elas teriam exercido esse ministério nos primeiros séculos do cristianismo. Uma figura frequentemente mencionada é Phoebe, citada em uma das cartas do apóstolo São Paulo como diaconisa, referência usada como base para sustentar a legitimidade da presença feminina nesse serviço ordenado.

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