PF vai apurar elos entre entrega de refinaria da Petrobras e família real saudita que deu joias a Bolsonaro
Venda ocorreu em novembro de 2021, logo após uma viagem oficial de Bolsonaro à Arábia Saudita, levantando suspeitas de possíveis irregularidades
Por Plox
05/01/2024 15h04 - Atualizado há mais de 1 ano
A Polícia Federal (PF) iniciou uma investigação sobre a venda da refinaria Landulpho Alves (RLAM), pertencente à Petrobrás, para a família real saudita, que também presenteou o então presidente Jair Bolsonaro e sua esposa, Michele Bolsonaro, com joias de alto valor. A venda ocorreu em novembro de 2021, logo após uma viagem oficial de Bolsonaro à Arábia Saudita, levantando suspeitas de possíveis irregularidades.

A RLAM, localizada em São Francisco do Conde, na Bahia, foi vendida em 30 de novembro de 2021, por US$ 1,8 bilhão (aproximadamente R$ 10,1 bilhões) ao grupo de investimentos Mubadala Capital, sediado nos Emirados Árabes Unidos e pertencente à família real saudita. Curiosamente, a venda ocorreu um mês após a viagem de Bolsonaro à Arábia Saudita, onde ele e sua esposa receberam joias avaliadas em R$ 4.150.584. Estas joias não foram incorporadas ao acervo da União, como é praxe em casos de presentes de alto valor recebidos por autoridades do governo.
A Acelen, empresa criada pelo grupo Mubadala Capital para gerir a refinaria, assumiu o controle da mesma a partir de 1º de dezembro, quando a RLAM passou a ser chamada de Refinaria de Mataripe. A investigação da PF busca esclarecer se houve irregularidades ou conflito de interesses na venda da refinaria, especialmente considerando a proximidade temporal dos eventos e o alto valor das joias recebidas pelo então presidente e sua esposa.