CPI da Pandemia: Nelson Teich diz que deixou ministério por falta de autonomia
Segundo ex-ministro, assuntos como a cloroquina, contribuíram para sua falta de autonomia
Por Plox
05/05/2021 12h03 - Atualizado há cerca de 4 anos
Nesta quarta-feira (5), Nelson Teich, ex-ministro da Saúde no governo Bolsonaro, disse que o motivo pelo qual deixou o Ministério foi a falta de autonomia para comandar a pasta. O assunto que foi muito debatido foi a cloroquina e Teich afirmou que o medicamento foi uma das divergências, porém, o que mais pesou foi o sentimento de falta de autonomia.
Segundo Teich, que ficou menos de um mês no cargo, um dos casos foi em relação à cloroquina no qual “existia um entendimento diferente pelo presidente [Jair Bolsonaro]”, e que ele percebeu que não teria autonomia.

Teich disse que não sabia da produção de cloroquina pelo Exército e que sua orientação sempre foi contrária ao uso desse e de outros medicamentos sem comprovação científica no enfrentamento da pandemia. “Esse era o problema pontual, mas isso refletia falta de autonomia”, disse Teich.
Renan Calheiros, relator da CPI, perguntou a Teich sobre a produção da cloroquina e o ex-ministro afirmou que nunca foi consultado sobre a produção e a distribuição do medicamento.
Depoimento de Pazuello
O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello deve ser ouvido pela CPI da Pandemia no dia 19 de maio. O depoimento dele estava marcado para a manhã desta quarta-feira (5), mas o Comando do Exército informou à CPI que o ex-ministro, general da ativa, está em quarentena após ter contato com duas pessoas com covid-19.

No documento enviado por Pazuello e encaminhado pelo Comando do Exército à CPI, o ex-ministro afirmou que poderia manter a data da audiência, com sua participação ocorrendo de forma remota, ou o depoimento poderia ser adiado. O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), propôs então o adiamento e a nova data para o depoimento, que foi aprovada pelos integrantes da comissão.