Protesto na Colômbia deixa 19 mortos e 700 feridos

Manifestação aconteceu por população se opor à reforma tributária

Por Plox

05/05/2021 10h46 - Atualizado há quase 4 anos

Uma manifestação contra a reforma tributária do governo da Colômbia provocou pelo menos 19 mortes e mais de 700 pessoas feridas no país. Agora, o presidente Iván Duque se viu obrigado a não seguir em frente com a medida e passa por sua maior crise política e social.

Os protestos começaram em novembro de 2019 contra as políticas econômicas do presidente colombiano. Depois de um período de mais de um ano sem manifestação, por causa da pandemia, as mobilizações sociais ressurgiram.

Manifestação contra reforma tributária já provocou 19 mortes e mais de 700 pessoas feridas Foto: Reprodução/TV Globo

Com a pandemia, a pobreza monetária em território colombiano foi para 42,5%, um aumento de 6,8 pontos. Para traduzir, isso significa que a quantidade de pobres na Colômbia aumentou em 3,6 milhões. Antes, eram 17,4 milhões e agora passaram para 21 milhões, segundo o Dane (Departamento Administrativo Nacional de Estatística).

Um aumento drástico dos impostos, afetando sobretudo a classe média e os que têm menores salários, provocou a ira da população. Os sindicatos logo formaram uma mobilização entre a população e receberam o apoio de pessoas de todas as classes sociais. Elas iniciaram um movimento que depois de seis dias nas ruas da Colômbia ninguém consegue conter.

O governo tinha a intenção de, através da reforma tributária, conseguir 23,4 trilhões de pesos, aproximadamente US $6,3 bilhões que serviriam para melhorar as finanças e prosseguir com os programas sociais que ajudariam os que se encontram na pobreza.

O Comitê Nacional de Greve afirmou que o presidente colombiano não cumpriu com o que tinha sido combinado com a população. "O governo nacional teve a possibilidade de abordar e resolver as reivindicações das grandes mobilizações realizadas desde 21 de novembro de 2019 e os acordos não cumpridos com o povo e suas organizações, mas nunca esteve disposto a instalar uma mesa de negociação", disse o Comitê nesta segunda-feira (3).

Foto: Reprodução/TV Globo

A condenação da população à reforma tributária fez com que Duque determinasse o fim dela no Congresso na segunda-feira (3), passados duas semanas de ter apresentado a medida.

Um líder camponês, César Pachón, escreveu nesta terça-feira (4) no Twitter sobre a postura da população perante o comportamento do governo. "As manifestações não são gerenciadas por ninguém, é o povo cansado de anos de miséria'', afirmou.

 

 

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