Coreia do Sul cogita jornada de trabalho de até 69 horas enquanto Brasil discute redução

Enquanto sul-coreanos debatem mais dias úteis, Brasil discute fim da escala 6x1 para reduzir carga de trabalho

Por Plox

05/05/2025 14h38 - Atualizado há 16 dias

Enquanto o Brasil avança no debate sobre a redução da jornada semanal, a Coreia do Sul segue na direção oposta, discutindo medidas para ampliar o tempo de trabalho de seus cidadãos.


Imagem Foto: (AFP/Divulgação


No dia 30 de abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o empenho do governo Federal no debate sobre o fim da escala 6x1, sistema em que o trabalhador atua seis dias por semana com direito a apenas um de descanso. A proposta representa um passo rumo a jornadas mais humanizadas no país.



Já na Coreia do Sul, impulsionadas por uma crise de produtividade e desafios demográficos severos, empresas como a Samsung e a Hyundai passaram a considerar a ampliação do limite máximo semanal de trabalho para até 69 horas. Atualmente, o país já conta com um dos maiores tetos legais do mundo: 52 horas por semana. A sugestão gerou forte reação negativa de sindicatos e trabalhadores.


Em abril de 2024, a Samsung declarou “modo emergência” em resposta à crise e determinou que diretores e gerentes passassem a cumprir seis dias de trabalho semanal. Uma fonte próxima à empresa afirmou que “os executivos podem optar voluntariamente por trabalhar nos fins de semana de acordo com suas necessidades profissionais”.



A proposta se mostrou controversa mesmo em um país onde a exaustiva rotina é tida como comum e onde sair do trabalho às 2h ou 3h da madrugada não causa espanto. A adesão de outras companhias de tecnologia ao modelo de trabalho intensificado acendeu ainda mais os protestos entre representantes trabalhistas.


Paralelamente, no parlamento sul-coreano, o líder da oposição apresentou, em fevereiro deste ano, um projeto para implementar a semana de trabalho de quatro dias. A medida reduziria a jornada semanal de 52 para 36 horas. No entanto, o fato de a Samsung ter registrado um aumento de 23% nos lucros de sua divisão de dispositivos móveis após a intensificação da carga horária fortalece os argumentos a favor do modelo ampliado, dificultando a aceitação de propostas de redução.



Em resumo, enquanto o Brasil caminha para uma jornada mais equilibrada, os sul-coreanos enfrentam uma divisão intensa entre produtividade e qualidade de vida.


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