Hospital Márcio Cunha divulga orientações de prevenção à Síndrome Respiratória
Minas já soma quase 400 mortes por SRAG em 2024; hospital pede colaboração e reforça medidas preventivas
Por Plox
05/05/2025 15h51 - Atualizado há 18 dias
Minas Gerais enfrenta um cenário crítico de saúde pública com o avanço da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Até o fim de abril, o estado já registrava mais de 26.800 internações e 397 mortes, levando à decretação de situação de emergência pelas autoridades de saúde.
Diante da gravidade da situação, o Hospital Márcio Cunha (HMC), em Ipatinga, reforçou orientações de prevenção, especialmente para o público infantil, um dos mais vulneráveis à síndrome. O pediatra e oncologista pediátrico Dr. Lucas Teiichi, coordenador da pediatria da unidade, explicou que a SRAG é uma complicação severa causada por infecções virais como o vírus sincicial respiratório (VSR), influenza A e B e a COVID-19.
Segundo o especialista, a doença é caracterizada por sintomas como dificuldade respiratória, queda nos níveis de oxigênio e pode evoluir rapidamente, principalmente em crianças com comorbidades como asma, imunossupressão ou doenças respiratórias crônicas. “Essas crianças têm maior risco de desenvolver o quadro grave, o que acaba lotando os serviços de urgência e as UTIs pediátricas”, destacou.

Dr. Lucas orienta que os pais reforcem medidas de higiene, como a lavagem correta das mãos, evitem que crianças com sintomas gripais frequentem escolas ou creches e protejam especialmente as que pertencem ao grupo de risco, limitando o contato com pessoas gripadas. Além disso, enfatiza a importância de manter o calendário vacinal atualizado, incluindo a vacina contra a gripe.
Em relação aos sinais de alerta, o pediatra recomenda procurar atendimento médico imediato em casos de febre alta, sonolência excessiva, chiado no peito, pele arroxeada ou dificuldade para respirar e amamentar. Já para sintomas leves, como febre baixa ou congestão nasal, o ideal é manter a criança em casa, com repouso e boa hidratação, evitando a exposição desnecessária aos serviços de emergência.
O Hospital Márcio Cunha, que completará 60 anos em 2025, opera atualmente com capacidade máxima, atendendo pacientes do SUS e de convênios. Em nota, a unidade reafirmou seu compromisso com a qualidade do atendimento mesmo diante da sobrecarga, e pediu a colaboração da população para atravessar esse momento difícil.
Com 558 leitos e três unidades — uma delas exclusiva para oncologia — o HMC atende mais de 1,6 milhão de pessoas em 87 municípios de Minas Gerais. No último ano, foram realizados cerca de 36 mil internações, 5.200 partos, mais de 18 mil cirurgias e mais de 44 mil sessões de hemodiálise. A unidade também é referência em terapia intensiva, oncologia, medicina diagnóstica, urgência e alta complexidade.
Classificado como o 6º melhor hospital de Minas e 27º do país pela revista Newsweek, o HMC foi a primeira unidade do Brasil a receber o selo de excelência ONA III da Organização Nacional de Acreditação.
Segundo Dr. Lucas Teiichi, a superação do surto exige um esforço coletivo. “Com cuidado, vigilância e colaboração da população, conseguiremos proteger nossas crianças e vencer mais esse desafio na saúde do nosso estado.”