Lula demite Cida Gonçalves e nomeia Márcia Lopes para o Ministério das Mulheres

Ex-ministra do Desenvolvimento Social assume pasta das Mulheres após desgaste e críticas à gestão de Cida Gonçalves

Por Plox

05/05/2025 17h42 - Atualizado há 8 dias

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu, nesta segunda-feira (5), promover mais uma mudança em sua equipe ministerial. Cida Gonçalves foi retirada do comando do Ministério das Mulheres, e em seu lugar foi empossada Márcia Lopes, que retorna ao governo após ter integrado a equipe petista em mandatos anteriores.


Imagem Foto: Presidência


A nova titular da pasta é assistente social e professora, com histórico na administração federal, tendo chefiado o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome entre 2010 e 2011. A posse ocorreu já pela manhã, no Palácio do Planalto. A substituição foi oficializada em nota divulgada pelo Planalto, que não detalhou os motivos da saída de Cida.


Márcia, em suas redes sociais, declarou gratidão ao presidente e afirmou assumir o novo cargo com “humildade, coragem e o compromisso de toda uma trajetória dedicada à justiça social, à defesa dos direitos humanos e à construção de políticas públicas que transformam vidas”.



A agora ex-ministra, Cida Gonçalves, soube da demissão na última sexta-feira (2), durante reunião de aproximadamente meia hora com Lula. Apesar de o encontro ter sido divulgado como uma agenda para tratar de temas da pasta, foi ali que Cida foi informada sobre sua saída. No mesmo dia, o presidente telefonou para Márcia Lopes, convidando-a para o cargo, convite que foi aceito de imediato. Já no fim de semana, antes da confirmação oficial, Márcia comunicou à imprensa que assumiria o ministério.


O desgaste de Cida Gonçalves já era tema recorrente dentro do governo. Considerada pouco ativa na condução da pasta, enfrentava críticas por não promover ações de grande impacto ou com forte engajamento social. Além disso, denúncias de assédio moral, xenofobia e racismo complicaram ainda mais sua permanência, embora a Comissão de Ética da Presidência tenha arquivado os processos.



Outro ponto de tensão surgiu com a divulgação de um áudio em que Cida revelava priorizar, acima de todos, os pedidos da primeira-dama Janja. Na mesma gravação, dizia conseguir “enrolar” ministros como Márcio Macêdo e Alexandre Padilha, o que gerou desconforto dentro do governo.


A substituta, Márcia Lopes, tem forte ligação com o Partido dos Trabalhadores e é irmã de Gilberto Carvalho, que foi chefe de gabinete de Lula em governos anteriores. Durante o segundo mandato do petista, atuou como secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Social e, posteriormente, assumiu a chefia da pasta. Em 2012, candidatou-se à prefeitura de Londrina, mas ficou em terceiro lugar.



A troca no Ministério das Mulheres faz parte de um conjunto de alterações na Esplanada dos Ministérios. Desde o início do ano, o presidente vem promovendo mudanças pontuais, muitas delas motivadas por escândalos ou baixa performance. Recentemente, nomes como Nísia Trindade, Paulo Pimenta, Carlos Lupi e Juscelino Filho também deixaram suas posições.


O comando do Ministério das Comunicações, por exemplo, passou para Frederico Siqueira após a saída de Juscelino, envolvido em denúncias de corrupção. Já a Previdência ficou com Wolney Queiroz, após Carlos Lupi entregar o cargo na esteira de uma operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União que revelou fraudes no INSS.



Outra mudança avaliada nos bastidores é na Secretaria-Geral da Presidência, atualmente sob comando de Márcio Macêdo. A pressão vem da bancada do PSD, que busca mais espaço na estrutura ministerial e maior controle orçamentário.


\"Assumo com humildade, coragem e o compromisso de toda uma trajetória dedicada à justiça social\"

, declarou Márcia Lopes após a nomeação, sinalizando o tom que pretende dar à sua gestão no Ministério das Mulheres.
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