Marsiglia rebate STF e critica restrições à imprensa no Brasil

No Dia da Liberdade de Imprensa, advogado disse que não há o que celebrar e citou censura e perseguição a jornalistas

Por Plox

05/05/2025 10h54 - Atualizado há 12 dias

Em pleno Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, celebrado no sábado, 3 de maio, uma publicação do Supremo Tribunal Federal (STF) exaltando a importância da imprensa livre na preservação da democracia provocou reações imediatas. O advogado constitucionalista André Marsiglia, conhecido por sua atuação em casos de liberdade de expressão, reagiu com firmeza à postagem institucional da Corte no X, antigo Twitter.


Imagem Foto: Reprodução


Na publicação, o STF destacou que a liberdade de imprensa é um direito constitucional garantido pela Lei Maior, e que nenhuma lei pode impedir seu pleno exercício. O texto foi uma tentativa da instituição de reforçar seu compromisso com os princípios democráticos.


Contudo, Marsiglia, especialista no tema, não poupou críticas. Em resposta direta à mensagem da Corte, ele relembrou episódios que, segundo ele, contradizem a defesa da liberdade de imprensa feita pelo próprio STF.
“Não há nada a comemorar hoje, STF. Nada”, escreveu o advogado.


Marsiglia afirmou ter sido o primeiro advogado a atuar nos inquéritos das Fake News, defendendo a revista Crusoé e seu fundador de medidas de censura impostas pela Corte. Mesmo após anos, ambos ainda estariam sob investigação. Ele também denunciou a existência de jornalistas exilados, com contas bancárias e redes sociais bloqueadas por determinação do Supremo.


O advogado mencionou ainda a declaração do jornalista Glenn Greenwald no Senado, na semana anterior, onde este afirmou suspeitar que seu sigilo de fonte teria sido violado durante investigações relacionadas à operação Vaza Toga.



As críticas de Marsiglia reacendem o debate sobre os limites da atuação do STF em investigações envolvendo liberdade de imprensa e expressão. Os inquéritos das Fake News e dos Atos Antidemocráticos já foram amplamente contestados por juristas e entidades ligadas aos direitos civis, que acusam o Judiciário de extrapolar sua função e interferir na atuação de jornalistas e veículos de comunicação.


A repercussão reforça a divisão de opiniões quanto ao papel das instituições na proteção — ou restrição — das liberdades fundamentais em contextos políticos e sociais cada vez mais polarizados.


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