Nikolas Ferreira reage a fala de Jerônimo Rodrigues sobre eleitores de Bolsonaro
Deputado mineiro chamou declaração do governador baiano de 'ideologia genocida' e criticou o tratamento dado a discursos de direita
Por Plox
05/05/2025 11h52 - Atualizado há 18 dias
O clima político entre parlamentares e governadores esquentou após uma fala do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), durante um evento no interior do estado, na última sexta-feira (2). Ao discursar na inauguração de uma escola, o petista criticou duramente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores, usando uma expressão que gerou grande repercussão nacional.

Durante sua fala, Jerônimo relembrou a postura de Bolsonaro na condução da pandemia da Covid-19, afirmando que o ex-presidente zombava das vítimas. Ele declarou que Bolsonaro 'vai pagar a conta' pelas atitudes que teve e, ao mencionar seus eleitores, disse que eles também poderiam 'pagar a conta'. O governador então completou com: 'Bota uma enchedeira. Sabe o que é? Uma retroescavadeira. Bota e leva tudo para a vala'.
A declaração provocou reação imediata de lideranças da direita. Um dos principais críticos foi o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que usou as redes sociais para condenar a fala de Jerônimo. Em sua publicação, Nikolas afirmou que quando políticos de direita fazem declarações consideradas agressivas, são tratados de forma diferente da esquerda.
“Governador da Bahia, Jerônimo, sugere ‘levar bolsonaristas para a vala’. Eles podem falar o que quiserem. Até mesmo pregar morte aos seus opositores... São movidos por uma ideologia genocida”,
escreveu o deputado.
A repercussão da fala também gerou ações judiciais. O deputado estadual Diego Castro (PL-BA) apresentou uma denúncia no Supremo Tribunal Federal contra Jerônimo Rodrigues, acusando o governador de ultrapassar os limites do discurso político ao usar o cargo para atacar opositores.
Na manhã desta segunda-feira (5), Jerônimo voltou a falar sobre o assunto e se retratou publicamente. Ele pediu desculpas a quem se sentiu ofendido com suas palavras e afirmou que sua fala foi tirada de contexto. Segundo o governador, sua intenção era criticar a forma como o país foi conduzido durante a pandemia, e não desejar a morte de ninguém.
“Se o termo 'vala' foi pejorativo ou forte, eu peço desculpas. Não tenho problemas em registrar se houve excessos na palavra. Não houve intenção nenhuma de desejar a morte de ninguém”, declarou Jerônimo, acrescentando que é uma pessoa religiosa e de família.
O episódio reacendeu o debate sobre os limites do discurso político e o peso das palavras de figuras públicas, especialmente em um cenário polarizado como o atual.