Nova fase de mudanças no governo Lula é marcada por escândalos e demissões
Reformas recentes de Lula alteram pastas importantes, com episódios de denúncias, escândalos e pressão política marcando a dança das cadeiras na Esplanada
Por Plox
05/05/2025 17h46 - Atualizado há 18 dias
A segunda onda de mudanças no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a sacudir a Esplanada dos Ministérios, desta vez acompanhada por uma série de escândalos e polêmicas que atravessam diferentes áreas da administração federal.

A substituição mais recente foi a de Cida Gonçalves, que deixou o comando do Ministério das Mulheres. Em seu lugar, assumiu Márcia Lopes, que já havia integrado o governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Embora Cida tenha negado que as denúncias de assédio contra ela tenham motivado sua saída, o ministério enfrentava desgaste com as acusações.
Essa troca faz parte de um ciclo que se intensificou a partir de 2024. Um dos episódios marcantes foi a saída de Silvio Almeida do Ministério dos Direitos Humanos, após denúncias de assédio sexual. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi citada como uma das possíveis vítimas. A Polícia Federal conduz as investigações. Para o lugar de Almeida, Lula nomeou a mineira Macaé Evaristo, filiada ao PT.
Outra mudança significativa foi a saída de Carlos Lupi do Ministério da Previdência Social. Ele deixou o cargo após investigações da PF revelarem que entidades descontaram valores indevidos de aposentados e pensionistas. Para substituí-lo, foi escolhido Wolney Queiroz, que já atuava como secretário-executivo da pasta.
Já em abril, Lula demitiu Juscelino Filho, então ministro das Comunicações, denunciado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção passiva. A vaga foi ocupada por Frederico Siqueira, que vinha presidindo a Petrobras e foi indicado por Davi Alcolumbre, presidente do Congresso Nacional.
As mudanças também afetaram a Secretaria de Comunicação Social, com a saída do deputado Paulo Pimenta (PT-RS) e a entrada do marqueteiro Sidônio Palmeira. Pouco depois, Lula substituiu Nísia Trindade no Ministério da Saúde, colocando Alexandre Padilha em seu lugar. Padilha, por sua vez, era responsável pelas Relações Institucionais, que passaram a ser comandadas por Gleisi Hoffmann.
Essas alterações mais recentes contrastam com o primeiro ciclo da reforma ministerial, ainda em 2023, que visava principalmente atender aos interesses dos partidos do Centrão. Daniela Carneiro foi a primeira a sair, dando lugar a Celso Sabino no Turismo. Em seguida, Ana Moser e Márcio França também deixaram seus cargos, sendo substituídos por André Fufuca e Silvio Costa Filho, respectivamente. França foi realocado ao recém-criado Ministério do Empreendedorismo e da Microempresa.
Ainda em 2023, o general Gonçalves Dias deixou o Gabinete de Segurança Institucional após a divulgação de imagens que o mostravam no Planalto durante os atos golpistas de 8 de janeiro. Em 2024, Flávio Dino foi indicado ao STF e substituído por Ricardo Lewandowski no Ministério da Justiça.
\"Mesmo negando as acusações, o desgaste enfrentado pelo Ministério das Mulheres foi inevitável\", declarou uma fonte do Planalto próxima às discussões internas.
Dessa forma, o governo Lula chega ao segundo ano sob o peso de reformulações constantes e com escândalos que geram forte repercussão política, num momento em que o presidente busca reconquistar apoio e estabilizar sua base aliada.