Seis cidades mineiras e o estado decretam emergência por avanço de doenças respiratórias
Governo de Minas Gerais e municípios adotam medidas urgentes diante do aumento de internações por SRAG; mais de 26 mil casos e 334 mortes foram registradas em abril
Por Plox
05/05/2025 17h54 - Atualizado há 6 dias
A escalada de internações causadas por doenças respiratórias levou o governo de Minas Gerais e seis municípios do estado a decretarem situação de emergência em saúde pública. A medida, que reflete a preocupação com a pressão sobre o sistema hospitalar, busca ampliar a capacidade de resposta diante do agravamento dos casos, especialmente entre crianças e idosos.

Entre as cidades que já oficializaram o estado de emergência estão Belo Horizonte, Contagem, Betim, Santa Luzia e Pedro Leopoldo, todas localizadas na Região Metropolitana, além de Conselheiro Lafaiete, na Região Central. Na sexta-feira, 2 de maio, o governador Romeu Zema formalizou o decreto estadual, que tem validade de 180 dias e permite a mobilização de recursos e ações emergenciais.
Com isso, o estado passa a ter acesso a verbas federais extraordinárias e pode acelerar medidas como contratação de pessoal, compra de insumos e reestruturação dos serviços de saúde. O alerta já havia sido antecipado pelo secretário estadual de Saúde, Fábio Baccheretti, durante coletiva de imprensa realizada em 30 de abril.
Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), até o fim de abril foram registradas 26.786 internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com 334 mortes confirmadas. Os grupos mais afetados são os menores de um ano, que somam 2.587 internações, e pessoas com mais de 60 anos, com 15.130 casos.
Com a crise, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) abriu um edital emergencial para contratação de 110 profissionais da saúde. Eles irão reforçar a atuação nos hospitais de referência da capital mineira: João XXIII e Infantil João Paulo II (Região Centro-Sul), Eduardo de Menezes e Júlia Kubitschek (Barreiro), além da Maternidade Odete Valadares (Região Oeste), todos enfrentando alta demanda por atendimentos relacionados a doenças respiratórias.
Em Belo Horizonte, o decreto municipal foi assinado no dia 30 de abril pelo prefeito Álvaro Damião. O documento autoriza medidas como contratações emergenciais por um período de 180 dias.
“Estamos vivenciando um aumento na gravidade dos casos, especialmente entre as crianças. Por isso, nossas ações estão voltadas para abertura de leitos pediátricos e reforço do atendimento infantil”, declarou o subsecretário municipal de Atenção à Saúde, André Menezes.
Como parte do enfrentamento, a capital já havia expandido a rede de urgência. Em 25 de abril, o Hospital Odilon Behrens, na Região Noroeste, recebeu dez novos leitos pediátricos. Poucos dias depois, a prefeitura anunciou a duplicação desse número, e outros dez leitos foram abertos no Hospital da Baleia. As ações fazem parte do Plano de Enfrentamento das Doenças Respiratórias, que é ativado gradualmente conforme a evolução dos casos.
A situação crítica evidenciada em hospitais de várias regiões do estado, como em Ipatinga, que já enfrenta limite na capacidade de atendimento, reforça a urgência das medidas adotadas. O foco agora é conter a disseminação e evitar um colapso na rede pública de saúde.