Febre oropouche: médico explica sobre doença diagnosticada em 70 pessoas no Vale do Aço

Conheça a doença transmitida pelo mosquito do tipo maruim e tem sintomas parecidos com dengue, zika e chikungunya

Por Plox

05/06/2024 18h21 - Atualizado há 5 meses

A grande maioria dos casos de febre oropouche registrada em Minas Gerais está concentrada na região do Vale do Aço. São 70 pessoas diagnosticadas do total de 72 no estado, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, de acordo com balanço divulgado nessa terça-feira (04/06). 

As amostras analisadas em maio foram coletadas entre os meses de março e abril de 2024 e tinham apresentado resultados não detectáveis para dengue, zika e chikungunya. Pois é, os sintomas são parecidos com os das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti: febre súbita, dor de cabeça, náuseas, vômitos, dor muscular e nas articulações.  Mas a febre oropouche é transmitida pelo mosquito do tipo maruim. O médico infectologista explica sobre a doença ao vivo nos estúdios Plox. Acompanhe a entrevista na Live.

Foto: Plox


 

Conforme o painel viral da Funed, foram identificados casos nas seguintes cidades da Macrorregião de Saúde do Vale do Aço:

Joanésia: 30 casos
Coronel Fabriciano: 26 casos
Timóteo: 11 casos
Ipatinga: 2 casos
Marliéria: 1 caso

 

Também há casos diagnosticados em:

Congonhas: 1 caso
Gonzaga: 1 caso

Além disso, três casos identificados na URS de Belo Horizonte são importados de Santa Catarina e já foram notificados ao estado.

 

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) confirmou que o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-MG), da Fundação Ezequiel Dias (Funed), identificou 72 amostras positivas para a febre oropouche entre 427 amostras de casos suspeitos de arboviroses. Essas amostras, coletadas entre março e abril de 2024 e analisadas em maio, apresentaram resultados negativos para dengue, zika e chikungunya.

Foto: Governo de MG / Divulgação

 

O que é a febre oropouche?

A febre oropouche é uma doença causada por um arbovírus do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae. Seus sintomas são semelhantes aos da dengue e da chikungunya, incluindo dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia. O diagnóstico da doença é feito por meio de avaliação clínica, epidemiológica e laboratorial. Qualquer caso confirmado deve ser notificado pelo município no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

 

Foto: Rafael Mendes

 

Baccheretti explicou que a doença circula no Brasil desde a década de 1960, mas só foi identificada este ano em Minas Gerais, por meio da ampliação da vigilância epidemiológica.

“A boa notícia é que, aparentemente, essa é uma doença menos letal. A febre oropouche não é transmitida pelo Aedes aegypti e os sintomas são muito parecidos com a dengue e chikungunya. Não foi notificada nenhuma morte no Brasil e nem internação por casos graves”, informou.

 

“Foram identificados casos positivos nos estados vizinhos este ano, especialmente na Bahia e Espírito Santo e, com esses casos próximos, acrescentamos no exame de painel viral o vírus do oropouche. Já tivemos 72 casos confirmados, até o momento, e, com a nova rotina de testagem, vamos ter novos diagnósticos”, destacou o secretário.

 

Tratamento e cuidados

Atualmente, não há vacinas ou medicamentos antivirais específicos para a febre oropouche. O tratamento é voltado para o alívio dos sintomas, e a evolução dos casos geralmente é benigna, com resolução em aproximadamente uma semana. "O paciente deve fazer repouso e tomar medicamentos para dor, febre ou para controlar o vômito. Os casos que evoluem com complicações, como os quadros neurológicos ou de hemorragia devem ser acompanhados por um médico e, algumas vezes, precisam de internação", reforça a médica do Cievs-MG, Flávia Cruzeiro.

 

Prevenção

As medidas de prevenção são voltadas ao controle vetorial e são as mesmas adotadas para a dengue, zika e chikungunya:

  • - Evite áreas onde há muitos mosquitos, se possível.
    - Use roupas que cubram a maior parte do corpo e aplique repelente nas áreas expostas da pele.
    - Mantenha a casa limpa, removendo possíveis criadouros de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas.
    - Se houver casos confirmados na sua região, siga as orientações das autoridades de saúde local para reduzir o risco de transmissão.
    - Em caso de sintomas suspeitos, procure uma Unidade Básica de Saúde imediatamente e informe sobre sua exposição potencial à doença.
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