Nikolas e Janones brigam após Câmara arquivar denúncia de prática de ‘rachadinha’

Segundo o relator, o Conselho de Ética não pode julgar atos anteriores ao mandato atual Fonte: Agência Câmara de Notícias

Por Plox

05/06/2024 17h04 - Atualizado há cerca de 1 ano

Uma briga entre os deputados federais mineiros, Nikolas Ferreira, do PL, e André Janones, do Avante, que quase terminou em agressão física pelos corredores da Câmara dos Deputados. A confusão começou logo depois da votação no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara que decidiu  arquivar, por 12 votos a 5, o processo disciplinar contra o deputado André Janones (Avante-MG). A discussão acalorada foi transmitida ao vivo pelas redes sociais. “Dou na sua cara com um soco, seu otário”, disse Janones. “Pode vir, bate”, respondeu Nikolas. Veja, na Live, como votou cada deputado e a briga depois da sessão.

 

Denúncias e investigações

O PL, Partido Liberal, acusou o parlamentar de cobrar parte do salário dos servidores lotados em seu gabinete, em um esquema ilegal conhecido como "rachadinha". A denúncia se baseou em uma mensagem de áudio divulgada no ano passado, na qual Janones sugeria que seus assessores devolvessem parte dos salários para cobrir despesas de sua campanha eleitoral de 2016. A prática da “rachadinha” é ilegal, e Janones já está sendo investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por essa suspeita.

 

Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados

Parecer do relator e precedente
O relator do caso, deputado Guilherme Boulos (Psol-SP), argumentou que o processo não deveria prosseguir por tratar de “fatos ocorridos antes do início do mandato” de Janones, citando um caso semelhante envolvendo o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA), que também teve sua denúncia arquivada pelo Conselho de Ética por se referir a eventos anteriores ao mandato.


Ele afirmou que a denúncia de rachadinha será investigada pela Justiça, mas o conselho não pode julgar atos anteriores ao mandato atual. "O relatório não entra no mérito. Existem precedentes de casos que ocorreram antes da atual legislatura que sequer foram trazidos ao Conselho de Ética, como os dos atos do Oito de Janeiro. Não pode ter dois pesos e duas medidas", argumentou.

Confusão no plenário
A sessão foi marcada por confusões e agressões verbais entre parlamentares. Após o arquivamento, opositores chamaram Janones de “rachador” e “covarde”, levando a uma troca de empurrões entre Janones e os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Zé Trovão (PL-SC). A Polícia Legislativa interveio, escoltando Janones para fora do plenário.

 

Desentendimentos anteriores
Durante a sessão, houve outros desentendimentos entre parlamentares. A deputada Jack Rocha (PT-ES) e Delegado Caveira (PL-PA) se desentenderam após Rocha defender o arquivamento do caso de Janones. Delegado Caveira a chamou de "comunista", enquanto Juliana Cardoso (PT-SP) revidou, chamando-o de "machista".

 

Plenário esvaziado
Devido aos tumultos, o presidente do Conselho de Ética, deputado Leur Lomanto Júnior (União Brasil-BA), decidiu esvaziar o plenário, retirando assessores, visitantes e jornalistas. Mesmo após o esvaziamento, a confusão continuou com desentendimentos entre os pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos e Pablo Marçal.

 

Foto: Reprodução
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