Filhos escondem corpo do pai por até dois anos para manter benefício do INSS

Irmãos ocultaram cadáver do pai em casa na Ilha do Governador, no Rio, para continuar recebendo pensão e aposentadoria

Por Plox

05/06/2025 07h34 - Atualizado há 2 dias

A história que chocou a Zona Norte do Rio de Janeiro começou a vir à tona após denúncias de vizinhos da Ilha do Governador. Dentro de uma residência, em um quarto lacrado e isolado com cal e plástico, estava o corpo de Dario Antonio Raffaele D’Ottavio, um italiano de 88 anos. A suspeita é de que ele tenha morrido há pelo menos seis meses — ou até dois anos, segundo laudo do Instituto Médico-Legal.


Imagem Foto: Reprodução


O ambiente onde o corpo era mantido tinha frestas da porta vedadas para evitar que o mau cheiro se espalhasse pela casa. A descoberta do cadáver foi feita por policiais da 37ª DP no último dia 21 de maio, após vizinhos alertarem as autoridades sobre o comportamento estranho dos moradores da residência. Ao entrarem no local, os agentes se depararam com a cena chocante e prenderam os dois filhos do idoso em flagrante.



Marcelo Marchese D’Ottavio, de 51 anos, e Tania Conceição Marchese D’Ottavio, de 55, foram autuados por ocultação de cadáver, resistência e lesão corporal, já que teriam reagido no momento da prisão. A defesa dos irmãos não foi localizada pela reportagem.


As investigações apontam que Dario morreu em casa, embora ainda não seja possível determinar se foi por causas naturais ou não. Mesmo após a morte, os filhos seguiram recebendo os benefícios previdenciários do pai: R$ 3.500 de aposentadoria e mais um salário mínimo oriundo da pensão da mãe, que faleceu anteriormente.



Comportamentos perturbadores também chamaram a atenção dos vizinhos. Marcelo, segundo relatos à polícia, costumava gritar pelas ruas que havia matado o próprio pai — declarações que eram tidas como indícios de algum transtorno mental. A Justiça foi acionada para autorizar exames psiquiátricos nos irmãos. Marcelo, inclusive, já está internado sob custódia no Hospital Psiquiátrico Philippe Pinel, em Botafogo. Tania segue detida em um presídio comum.


Depoimentos de moradores locais revelam que Dario costumava ser visto com frequência no bairro, mas desapareceu de forma repentina há cerca de dois anos. Desde então, os filhos não permitiram mais a entrada de ninguém na residência.


\"Era comum ele gritar na rua que tinha matado o pai, mas ninguém imaginava que fosse verdade\", contou um vizinho à polícia

O caso, além de causar espanto, levanta questionamentos sobre a fiscalização dos benefícios previdenciários e sobre o acompanhamento de pessoas em possível situação de vulnerabilidade mental. As investigações seguem em curso para esclarecer todos os detalhes dessa história sombria.



Destaques