Metade dos brasileiros que conhecem Janja desaprova sua atuação no governo

Pesquisa revela que 50% dos que sabem quem é a primeira-dama rejeitam seu papel político; visibilidade aumentou desde 2022

Por Plox

05/06/2025 14h00 - Atualizado há 11 dias

A visibilidade da primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, tem crescido significativamente desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou seu terceiro mandato. Em setembro de 2022, 63% da população afirmava conhecê-la. Hoje, esse número alcança 86%, segundo pesquisa divulgada pelo PoderData nesta quinta-feira (5).


Imagem Foto: Agência Brasil


Apesar do crescimento em sua notoriedade, a avaliação sobre sua participação no governo é majoritariamente negativa entre os que a conhecem. Metade dos entrevistados que afirmaram saber quem é Janja desaprova sua atuação. Outros 30% disseram apoiar sua participação, enquanto 20% optaram por não opinar ou afirmaram não saber.



O levantamento revelou ainda uma diferença de percepção entre homens e mulheres em relação à socióloga paranaense: 42% dos homens afirmaram conhecê-la bem, contra 39% das mulheres. Janja é filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT) e casou-se com Lula em 2022, após manter um relacionamento com ele durante o período em que o ex-presidente esteve preso em Curitiba.


Antes de se tornar figura pública nacional, Janja trabalhou por 14 anos na hidrelétrica de Itaipu Binacional, foi professora da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), exerceu funções no núcleo de comunicação da Eletrobras e atuou na liderança do PT na Assembleia Legislativa do Paraná.


Mesmo sem ocupar um cargo oficial no governo, Janja tem marcado presença em reuniões ministeriais e participado ativamente de decisões que envolvem pastas do Executivo. Ela defende um novo significado para o papel de primeira-dama e critica o fato de não contar com orçamento ou equipe própria — embora conte, informalmente, com o apoio de 12 assessores.



Recentemente, a primeira-dama esteve no centro de uma polêmica após participar de uma reunião com o presidente da China, Xi Jinping, ao lado de Lula. Durante o encontro, ela mencionou a possibilidade de regulamentação das redes sociais, o que gerou críticas. Em resposta, Lula saiu em sua defesa:


“Não sei porque alguém achou que isso era novidade e foi falar para imprensa. A pergunta foi minha e eu não me senti incomodado. O fato de a minha mulher pedir a palavra é porque ela não é cidadã de segunda classe, entende mais de rede digital do que eu”

, afirmou o presidente.

A pesquisa do PoderData foi realizada entre os dias 31 de maio e 2 de junho de 2025, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram ouvidas 2.500 pessoas em 218 municípios distribuídos pelas 27 unidades da Federação. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, com um intervalo de confiança de 95%.



O tema continua gerando debates tanto entre aliados quanto opositores do governo, em especial sobre os limites e responsabilidades da figura da primeira-dama no cenário político nacional.


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