Faustão teria aconselhado Sergio Moro e membros da Lava-Jato sobre estratégia de comunicação, diz Veja

Moro repudiou o que chamou de "divulgação distorcida e sensacionalista" de supostas mensagens

Por Plox

05/07/2019 11h42 - Atualizado há mais de 5 anos

Uma reportagem da revista Veja, juntamente com o site The Intercept, publicou que o apresentador Fausto Silva teria se encontrado com o então juiz federal, Sérgio Moro e membros da operação Lava-Jato, e os aconselhado sobre a melhor forma de se comunicar com a população.
(foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil / Divulgação/Tv Globo)

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Divulgação/Rede Globo

Segundo a reportagem, divulgada nesta sexta-feira, 5 de julho, o suposto encontro teria ocorrido em 2016 e a matéria sugere que Moro teria comentado com Deltan Dallangnol, membro da força-tarefa, que o apresentador teria o procurado: “Ele [Faustão] disse que vocês nas entrevistas ou nas coletivas precisam usar uma linguagem mais simples. Para todo mundo entender. Para o povão. Disse que transmitiria o recado. Conselho de quem está há 28 anos na TV. Pensem nisso”, teria dito o atual ministro da Justiça e Segurança Pública. 

Conforme a Veja, o apresentador foi procurado pela reportagem, que teria confirmado o encontro entre os dois e que eles conversaram sobre as estratégias de comunicação. O ministro, por sua vez, encaminhou um comunicado à imprensa lamentando que a Veja não tenha o procurado antes de ter publicado a matéria, nem enviado cópia das mensagens atribuídas a ele. Moro criticou dizendo que repudia a divulgação "distorcida e sensacionalista de supostas mensagens" e afirmou: "Mais uma vez, não se reconhece a autenticidade das supostas mensagens atribuídas ao então juiz. Repudia-se ainda a divulgação distorcida e sensacionalista de supostas mensagens obtidas por meios criminosos e que podem ter sido adulteradas total ou parcialmente, sem que previamente tenha sido garantido direito de resposta dos envolvidos e sem checagem jornalística cuidadosa dos fatos documentados, o que, se tivesse sido feito, demonstraria a inconsistência e a falsidade da matéria. Aliás, a inconsistência das supostas mensagens com os fatos documentados indica a possibilidade de adulteração do conteúdo total ou parcial delas", informou em nota.

O site que divulgou as supostas mensagens atribuídas ao ministro Moro e ao procurador Dallagnol pertence a um jornalista americano. Glenn Greenwald é casado com o deputado do PSOL David Miranda, que assumiu a vaga de seu colega Jean Wyllys, logo que este deixou o Brasil.

Para os apoiadores de Sérgio Moro, o jornalista americano "não passa de um militante do PSOL, que ao lado de seu companheiro usa um pseudo jornal para tentar desmerecer membros da Justiça que colocaram o ex-presidente Lula na cadeia, após condenado em todas as instâncias por corrupção", afirmam.

Atualizada às 13h20

 

Destaques