Bruna Linzmeyer reflete sobre o passado e fala abertamente sobre ser lésbica

Em uma conversa íntima durante sua participação no podcast Quem Pode, Pod, na terça-feira, 4 de julho, Bruna Linzmeyer, atriz conhecida por sua carreira de 12 anos na Rede Globo, relembrou o momento em que compreendeu sua orientação sexual. A atriz, que atualmente tem 30 anos, assumiu publicamente ser lésbica em 2016, mas compartilhou que foi bem antes que ela vivenciou uma atração por outra mulher. "Um dia, senti tesão por uma mulher e dei em cima dela. Ela entendeu, ficou muito claro. A gente ficou, transou, e ela foi minha primeira namorada", revelou Bruna. Ela mencionou que após iniciar este relacionamento, percebeu que sua identidade lésbica existia há muito mais tempo. Linzmeyer recordou ainda seu relacionamento com a cineasta Kity Féo.

Revisitando o Passado e Encontrando Respostas

Bruna Linzmeyer também compartilhou uma descoberta surpreendente sobre seu passado enquanto folheava fotos antigas. Ela encontrou imagens suas beijando uma amiga na época da adolescência, por volta dos 13 ou 14 anos, algo que não se lembrava até ver as fotos. "Comecei a olhar umas fotos de quando a gente tinha cyber-shot, nos anos 2000, e achei várias fotos beijando uma amiga minha. Eu tinha 13, 14 anos, e nem lembrava disso", relatou. A atriz descreveu a descoberta como um momento de grande emoção, afirmando: “Foi caos interno. Chorei, me emocionei, surtei, mas foi muito importante”.

Reflexões sobre Heteronormatividade

Durante a conversa com as apresentadoras Fernanda Paes Leme e Giovanna Ewbank, Linzmeyer expressou lamento por não ter se reconhecido como lésbica antes, especulando sobre as experiências que poderia ter tido. "Quantas coisas eu poderia ter vivido com aquela namorada se eu soubesse?", ponderou.

Além disso, a atriz deu uma explicação para o porquê de não ter reconhecido os beijos trocados com sua amiga como algo além de amizade na época. Bruna atribuiu isso à “heterossexualidade compulsória”. Ela explicou: "Mesmo naquela época, eu não enxergava aquela relação como amorosa. Isso se chama heterossexualidade compulsória. A gente é criado para ser hétero. Ninguém sai do armário falando que é hétero. A gente vê isso nas novelas, nas ruas... Fui hétero durante muito tempo por não ter tido a possibilidade de escolher outra coisa, vivenciar meu corpo de outra maneira e me perceber de outro jeito", concluiu.

Consequências de um Ambiente Heteronormativo

As reflexões de Bruna Linzmeyer ressaltam a influência do ambiente social na formação da identidade e percepção pessoal. A “heterossexualidade compulsória” mencionada por ela refere-se à pressão social para que os indivíduos se conformem às normas heteronormativas. A atriz destaca que, mesmo quando teve experiências afetivas com outra mulher durante a adolescência, a predominância da heteronormatividade em sua vida na época a impediu de reconhecer ou explorar sua orientação sexual.

A importância do autoconhecimento

A partilha de Bruna Linzmeyer serve como um exemplo para a importância do autoconhecimento e da reflexão sobre as próprias experiências e sentimentos. Através da sua abertura e honestidade em discutir sua jornada pessoal, Linzmeyer contribui para o diálogo mais amplo sobre sexualidade e a importância de um ambiente que permita a autoexploração e aceitação.

Este caso destaca também o impacto que a sociedade e a cultura podem ter na maneira como os indivíduos entendem e vivem suas identidades, e ressalta a necessidade de espaços mais inclusivos e de diálogo aberto sobre diversidade sexual.