Dores lombares: estudo prevê aumento que podem afetar 843 milhões de pessoas até 2050
O corpo humano não é uma máquina. O estresse excessivo pode levar a uma tensão muscular generalizada na região das costas, causando desconforto e dor
Por Plox
05/07/2023 08h41 - Atualizado há mais de 1 ano
A história de Artane Inarde com a lombalgia se inicia nos bancos de estudos, preparando-se para a prova do vestibular de direito em Natal, aos 17 anos. Mesmo hoje, aos 41, casada, mãe de um menino de 7 anos e morando em Belo Horizonte, a servidora pública e cantora de MPB convive diariamente com a tensão na região das costas. Esta é uma tensão que a acompanha desde as noites viradas estudando para entrar na universidade.
Artane lembra que a postura incorreta e as longas horas sentada contribuíram para o surgimento da dor crônica. Sua situação, infelizmente, não é única. De acordo com uma pesquisa recente publicada na "The Lancet Rheumatology", mais de 600 milhões de pessoas sofreram com esta condição em 2019 e 2020. A previsão para 2050, influenciada pelas tendências de crescimento e envelhecimento da população, é de um aumento para 843 milhões de pessoas.
A cantora já buscou várias formas de tratamento, como acupuntura, RPG, fisioterapia e uso de relaxantes musculares. No entanto, a tensão é a principal desencadeadora de suas crises de lombalgia. Como cantora, o esforço do abdômen, do pescoço e das costas ao atingir certas notas musicais também contribui para a tensão muscular. Devido ao esforço excessivo nas cordas vocais, Artane também precisou buscar tratamento com um fonoaudiólogo.
Dr. Daniel Oliveira e a Lombalgia: Do Estresse ao Tratamento
Segundo o médico ortopedista e especialista em coluna vertebral, Dr. Daniel Oliveira, o corpo humano não é uma máquina. O estresse excessivo pode levar a uma tensão muscular generalizada na região das costas, causando desconforto e dor. O sono prejudicado devido ao estresse também diminui a recuperação muscular e aumenta a sensibilidade à dor.
Dr. Oliveira recomenda atividades de fortalecimento de core (os músculos profundos das regiões abdominal, lombar e pélvica) como parte do tratamento. Além disso, atividades que não geram pressão na coluna, como caminhada, pilates e natação, também são sugeridas.
O especialista também destaca a importância de se atentar à posição ao dormir. A melhor posição seria de lado, com a cabeça apoiada em um travesseiro de altura adequada e outro travesseiro entre os joelhos.
O ortopedista alerta para o cuidado com o peso das mochilas, tanto para crianças quanto para adultos. A mochila deve ter um limite de peso equivalente a 10% do peso corporal de quem vai carregá-la.
Dr. Oliveira também aponta outros fatores contribuintes para as dores lombares, como o sedentarismo, o sobrepeso, fatores ocupacionais, como levantar objetos de forma errônea, e tabagismo. Ele destaca o uso inadequado de aparelhos celulares como um fator de risco crescente. Quando usamos o celular com a postura incorreta, o peso da cabeça pode aumentar de 5 para 30 kg. A maneira correta de usar o celular é manter a tela na altura dos olhos, alinhando os ouvidos com os ombros. Além disso, é importante fazer pausas e alongamentos.