Casos de hepatite disparam e acendem alerta em Minas

Estado mineiro registra alta expressiva nas notificações de hepatite A e C; especialistas recomendam vacinação e cuidados com higiene

Por Plox

05/07/2025 09h37 - Atualizado há cerca de 14 horas

O cenário das hepatites virais em Minas Gerais tem gerado preocupação crescente entre as autoridades de saúde. Dados divulgados recentemente pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) revelam que, apenas em 2025, já foram registrados 282 casos de hepatite A, número muito superior aos 211 registrados em 2024 e ainda mais expressivo quando comparado aos 38 de 2023, indicando um crescimento alarmante de 642%.


Imagem Foto: Pixabay


Quanto à hepatite C, a situação também inspira cuidados. O número de casos passou de 1.095 em 2023 para 1.241 em 2024, demonstrando uma elevação considerável na quantidade de diagnósticos.



De acordo com a médica Cíntia Parenti, a transmissão sexual, especialmente por contato oral-anal, tem contribuído significativamente para esse aumento. $&&$“Tem sido identificada a transmissão por relação oral-anal, principalmente. Por isso, é essencial o uso de preservativos e a higienização correta das mãos e da região genital”$, disse ela à Agência Minas.

Para enfrentar esse crescimento, o Estado intensificou ações preventivas, oferecendo gratuitamente testes rápidos e vacinas contra hepatites. A cobertura vacinal infantil em 2025 alcançou 91,53% para hepatite A e 87,20% para hepatite B, números abaixo da meta de 95% estabelecida pelo Ministério da Saúde.


A vacina contra hepatite A faz parte do calendário vacinal infantil e também é indicada a indivíduos com condições de saúde especiais. Já o imunizante contra a hepatite B está disponível para pessoas de todas as faixas etárias.



Além da imunização, os especialistas reforçam a importância de evitar o compartilhamento de objetos cortantes ou perfurantes, como agulhas e alicates, e alertam para a necessidade do uso de materiais esterilizados em procedimentos estéticos e odontológicos.


As hepatites virais, embora muitas vezes silenciosas, podem provocar sérios danos ao fígado. Entre os sintomas possíveis estão cansaço, febre, mal-estar, enjoo, dor abdominal, olhos e pele amarelados, urina escura e fezes claras.



Dentre os tipos, a hepatite A é geralmente benigna, mas pode se agravar com a idade. A hepatite B é crônica e pode evoluir para doenças mais sérias, como cirrose e câncer hepático. Já a hepatite C, também frequentemente assintomática, tende a se manifestar de forma crônica, prejudicando o fígado ao longo dos anos.


Há ainda as hepatites D e E, menos comuns. A primeira depende da coinfecção com o vírus da hepatite B, enquanto a segunda costuma ser aguda e autolimitada, embora, em casos raros, possa levar a complicações fatais.


Esses dados reforçam a urgência em ampliar a cobertura vacinal e fortalecer as medidas de prevenção no estado mineiro.


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