Estudo chinês aponta potencial do Viagra no tratamento contra o câncer
Pesquisadores identificam que medicamentos para impotência podem fortalecer sistema imunológico contra tumores
Por Plox
05/07/2025 09h52 - Atualizado há cerca de 14 horas
Pesquisadores chineses divulgaram uma descoberta surpreendente: medicamentos amplamente utilizados para tratar a disfunção erétil, como o Viagra (sildenafil), podem ter um papel relevante no combate ao câncer. O estudo demonstrou que essas drogas têm potencial para reforçar o sistema imunológico, revertendo a supressão causada por alguns tipos de tumores.

A pesquisa, publicada na revista Signal Transduction and Targeted Therapy, do grupo Nature, analisou a ação dos inibidores da enzima PDE5 — presentes em remédios como o Viagra e o Cialis — e como eles podem modificar o ambiente tumoral. Esses compostos inibem a atuação de uma enzima que atua como um freio no sistema imunológico, permitindo que o organismo identifique e ataque mais facilmente as células cancerígenas.
Entre os principais achados, os cientistas destacaram que os medicamentos impedem que as células tumorais bloqueiem as defesas do corpo e que, usados em conjunto com a imunoterapia, esses remédios podem ampliar a eficácia do tratamento. Eles também podem funcionar como adjuvantes em terapias voltadas para cânceres sólidos, o que amplia suas possibilidades de aplicação clínica.
Embora o efeito imunomodulador desses medicamentos já tivesse sido sugerido anteriormente, este novo trabalho oferece evidências celulares e moleculares mais precisas, fortalecendo a hipótese de que essas substâncias podem fazer parte de estratégias oncológicas futuras.
No entanto, os autores do estudo enfatizam que ainda são necessários testes clínicos mais amplos antes de qualquer uso fora da indicação original.
“A inibição da PDE5 pode ajudar a desbloquear as defesas naturais do corpo, tornando os tratamentos mais eficazes”, explicaram os pesquisadores
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Até que novas pesquisas comprovem sua eficácia e segurança em pacientes com câncer, o uso desses medicamentos deve ser restrito ao ambiente experimental e acompanhado de rigor científico.