Sob pressão, Hugo Motta destaca produtividade e aposta no diálogo

Em resposta às recentes críticas nas redes sociais, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), divulgou um vídeo neste sábado (5) com um balanço de sua gestão. No conteúdo, ele afirmou que sempre soube que seria cobrado ao assumir a presidência da Casa, mas reforçou que "não há problema em ser cobrado".

O parlamentar destacou que, mesmo em um ambiente de divergências, o diálogo tem prevalecido. Como exemplo de produtividade, citou a realização de 110 sessões e a aprovação de 118 proposições legislativas nos últimos meses.

"Sabe o que esses números significam? Que mesmo com pensamentos diferentes, o diálogo está vencendo\

, disse ele.

Entre os temas que deverão dominar a pauta do segundo semestre, Motta mencionou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, a reforma administrativa e a regulamentação dos trabalhadores de aplicativo. Ele reiterou o compromisso da Câmara com a democracia, afirmando que debater faz parte do processo e que entregar resultados é uma obrigação.

Na última semana, Motta se tornou alvo de ataques virtuais, especialmente de militantes de esquerda, após o Congresso ter derrubado um decreto do presidente Lula que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A hashtag “Motta traidor” chegou a ganhar força nas redes, acompanhada de vídeos satíricos com o personagem fictício “Hugo Nem Se Importa”.

A repercussão provocou reações dentro do próprio governo. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, saiu em defesa do deputado. Ela destacou que divergências políticas são legítimas, mas que ataques pessoais são inaceitáveis:

“O respeito às instituições e às pessoas é essencial na política e na vida”

, escreveu a ministra em seu perfil na rede X (antigo Twitter).

O conflito entre Executivo e Legislativo sobre o IOF acabou chegando ao Supremo Tribunal Federal. Na sexta-feira (4), o ministro Alexandre de Moraes suspendeu tanto o decreto do governo quanto a decisão do Congresso, e convocou uma audiência de conciliação entre as partes.

Encerrando sua fala no vídeo, Motta afirmou: “As diferenças sempre vão existir, mas o nosso compromisso com o Brasil sempre vai ser maior. Atrás de algumas brincadeiras existe seriedade, trabalho e equilíbrio”.