Dono da Cervejaria Petrópolis se entrega à Lava Jato

Walter Faria era considerado foragido desde quarta-feira (31)

Por Plox

05/08/2019 21h23 - Atualizado há quase 5 anos

Nesta segunda-feira (5), o dono do Grupo Petrópolis, Walter Faria, considerado foragido desde quarta-feira (31), se entregou à Polícia Federal (PF) do Paraná, depois que um mandado de prisão foi expedido na última semana. Walter também está com os bens bloqueados, no valor em cerca de R$ 1,3 bilhão.

O Grupo Petrópolis é suspeita de lavar dinheiro para a Odebrecht, no valor de cerca de R$ 329 milhões. Walter é apontado por investigadores como um dos operadores de propina, do esquema da Odebrecht, na Petrobras.

walter-faria-1Foto: reprodução/Cervejaria Petrópolis

A rede de propinas da empreiteira, por meio de doações eleitorais, é investigada pela Operação ‘Rock City’, um dos braços da lava jato. Segundo a investigação, entre 2006 e 2014, cerca de R$ 329 milhões foram lavados pelo Grupo Petrópolis, por interesse da Odebrecht.

De acordo com a PF, até uma conta na Suíça foi utilizada pelo mandatário da cervejaria, para intermediar o repasse de mais de US$ 3 milhões em propina, relacionados a contratos com a Petrobras.

Em depoimento à PF na última sexta-feira (2), Vanuê Faria, um dos sobrinhos de Walter, admitiu que a cervejaria gerou dinheiro em espécie para a Odebrecht, após pagamentos no exterior, mas negou saber o destino dos valores. Ele disse ainda que era cobrado uma “taxa” em cima das doações.

De acordo com Vanuê, houve uma reunião entre ele, Walter Faria e o executivo da Odebrecht à época, Benedicto Júnior, para avaliar a situação, já que o grupo Petrópolis não necessitava de tanto dinheiro no exterior, enquanto a empreiteira precisava. Nessa reunião ficou acordado que a cervejaria faria apenas doações eleitorais para a empreiteira, sempre com dinheiro em espécie.
 

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