Maduro expulsa diplomatas e Brasil assume embaixadas do Peru e Argentina em Caracas

Diplomatas peruanos e argentinos deixaram a Venezuela após não reconhecerem a vitória de Maduro, levando o Brasil a assumir a custódia das embaixadas.

Por Plox

05/08/2024 13h20 - Atualizado há 5 meses

Na quinta-feira, 1º de agosto, diplomatas peruanos e argentinos foram expulsos da Venezuela por ordem do presidente Nicolás Maduro. Em resposta, Brasil e Venezuela formalizaram, na segunda-feira, 5 de agosto, um acordo para que diplomatas brasileiros assumam a custódia das embaixadas desses países em Caracas, garantindo a proteção das missões diplomáticas após a saída dos representantes peruanos e argentinos.

Foto: Reprodução de vídeo

Rejeição internacional à vitória de Maduro

A vitória de Maduro nas eleições de 28 de julho não foi reconhecida por diversos países e organizações internacionais. A União Europeia (UE), somando-se aos Estados Unidos e várias nações latino-americanas, manifestou no domingo, 4 de agosto, que os resultados apresentados pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) não são reconhecíveis sem provas independentes.

Divulgação das atas eleitorais

O Brasil, assim como outras nações, solicitou a divulgação das atas eleitorais por mesa de votação para verificar a transparência do processo. Desde o dia seguinte às eleições, manifestações contra Maduro ocorreram em várias cidades da Venezuela. A oposição acusa fraude eleitoral, alegando que Edmundo González Urrutia teria obtido a maioria dos votos.

Reação da oposição e da comunidade internacional

A líder opositora María Corina Machado agradeceu aos países europeus que, no sábado, 2 de agosto, pediram a publicação das atas de votação. O governo italiano divulgou uma declaração em nome de sete países europeus, solicitando transparência total nas eleições. Além disso, o papa Francisco, no Vaticano, também pediu que a verdade fosse buscada na Venezuela.

Maduro promete divulgação das atas eleitorais

Na segunda-feira, o CNE anunciou que entregaria as atas eleitorais ao Tribunal Superior de Justiça (TSJ) ainda esta semana. Maduro garantiu que seu partido, o PSUV, estava pronto para entregar 100% das atas eleitorais, e pediu que os demais candidatos e partidos fizessem o mesmo.

Determinações do Tribunal Superior de Justiça

O TSJ emitiu uma decisão na sexta-feira, 2 de agosto, exigindo que o CNE apresentasse dentro de três dias úteis todas as atas de votação, a ata de totalização definitiva, a ata de adjudicação e a ata de proclamação do processo eleitoral. A audiência convocada pelo TSJ na mesma data não contou com a presença do principal candidato opositor, Edmundo González, que afirmou em uma rede social que o CNE deve garantir a transparência e confiabilidade dos processos eleitorais.

O cenário político na Venezuela permanece tenso, com disputas sobre a legitimidade do processo eleitoral e pressões internas e externas para maior transparência e justiça. Enquanto isso, o Brasil se posiciona como um mediador, assumindo temporariamente a custódia das embaixadas de Peru e Argentina em Caracas.

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