Ainda desaparecido, policial penal deixou escolta antes de colega ser morto em hospital

Servidor da Sejusp abandonou o posto momentos antes do assassinato do agente Euler Rocha em BH; investigação apura possível responsabilidade

Por Plox

05/08/2025 12h03 - Atualizado há 1 dia

O policial penal que deveria acompanhar um detento internado em um hospital de Belo Horizonte abandonou o posto de trabalho pouco antes de seu colega de escolta ser morto. Desde então, o servidor não foi mais visto, segundo informou a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp). Ele está formalmente sob investigação e ainda não se apresentou para prestar esclarecimentos.


Imagem Foto: Reprodução de vídeo -  suspeito saindo com farda de policial morto em BH


O caso ocorreu no Hospital Luxemburgo, na região Centro-Sul da capital mineira, durante a madrugada do último domingo (3/8). O preso Shaylon Cristian Ferreira Moreira, de 24 anos, conseguiu desarmar o agente que o vigiava, atirou duas vezes contra ele e fugiu com a arma e o uniforme do servidor. A fuga terminou após uma operação da Polícia Militar, que conseguiu recapturá-lo.



A Sejusp informou que uma equipe do Departamento Penitenciário esteve duas vezes no hospital, às 8h50 e às 20h30 do sábado (2/8), e constatou a presença dos dois policiais designados para a escolta. No entanto, após a última verificação, um dos agentes deixou o posto sem aviso. A escolta hospitalar exige a presença contínua de dois agentes, conforme protocolo.


A Polícia Civil de Minas Gerais também investiga o caso e apura se o abandono de função contribuiu diretamente para o homicídio do policial penal Euler Oliveira Pereira Rocha. O servidor morto foi sepultado na segunda-feira (4/8), em meio à comoção de familiares e colegas de profissão.


Imagem Foto: Reprodução



Shaylon Cristian já tem histórico no sistema prisional desde 2018. Conforme dados da Sejusp, ele responde por crimes como tráfico de drogas, furto, posse ilegal de arma de fogo e homicídio. Estava internado no Hospital Luxemburgo desde o dia 27 de julho, após ter sido transferido da Penitenciária José Martinho Drumond, onde havia sido admitido em 14 de julho. O motivo da internação não foi divulgado.


O Sindicato dos Policiais Penais do Estado de Minas Gerais (Sindppen-MG) lamentou a morte de Euler e disse estar acompanhando a apuração. Em nota, o presidente da entidade, Jean Otoni, confirmou que dois agentes haviam sido escalados para a escolta, mas apenas um estava presente no momento do ataque. Ele destacou que a Corregedoria já está investigando a ausência do segundo servidor, que poderá ser responsabilizado administrativa e criminalmente, caso a falha seja comprovada.



O Hospital Luxemburgo também se pronunciou, informando que nenhum civil entrou armado na unidade e que os protocolos de segurança foram seguidos. A instituição disse lamentar profundamente a morte do agente e se colocou à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.


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