Luiz Marinho minimiza tarifaço dos EUA e defende negociação com Trump
Ministro do Trabalho diz que ainda é cedo para avaliar impacto no Brasil e afirma que governo está aberto ao diálogo
Por Plox
05/08/2025 10h55 - Atualizado há 1 dia
Em resposta às novas tarifas comerciais anunciadas pelo governo dos Estados Unidos, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou nesta segunda-feira (4) que ainda é cedo para determinar os efeitos da medida sobre o mercado de trabalho brasileiro. Durante coletiva de imprensa realizada para apresentar os dados do Novo Caged, ele procurou tranquilizar os setores preocupados com o impacto das decisões do presidente Donald Trump.

Marinho afirmou que o governo federal está aberto ao diálogo e disposto a negociar com os Estados Unidos. Segundo ele, embora o anúncio tenha causado apreensão em alguns setores, há espaço para revisão por parte dos norte-americanos.
“O mundo não vai acabar. O mundo continuará lindo, firme e forte”
, declarou o ministro.
Na ocasião, o titular da pasta preferiu não antecipar detalhes sobre o plano de contingência que está sendo preparado para mitigar os danos aos exportadores brasileiros. De acordo com ele, o Ministério do Trabalho e Emprego está finalizando os estudos, mas qualquer anúncio oficial só será feito após a entrada em vigor das tarifas, marcada para quarta-feira (6).
O ministro também apontou que o comportamento de Trump nas negociações tem oscilado. “Acho que ele não tem muita convicção porque voltou atrás em vários produtos. Como se trata de uma relação um pouco tanto esquizofrênica, temos que aguardar as consolidações para poder tomar as decisões”, comentou Marinho.
Ainda segundo ele, qualquer deliberação do governo será baseada em dados concretos e nas definições finais dos EUA. Marinho destacou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue disposto a manter o diálogo com Trump, desde que as conversas se baseiem em informações corretas.
O ministro questionou a justificativa norte-americana para o aumento das tarifas, enfatizando que os Estados Unidos têm superávit na balança comercial com o Brasil.
“Está clarinho que não existe esse déficit em desfavor dos Estados Unidos e, sim, do Brasil. Quem teria de reclamar somos nós”
, completou Marinho. Ele encerrou destacando a importância da parceria comercial entre os dois países, que já perdura por mais de dois séculos, e reforçou que as tratativas devem respeitar as especificidades de cada nação.