Minas Gerais assume protagonismo na Justiça do Trabalho
Três ministros mineiros liderarão o TST a partir de setembro, com posse marcada para o dia 25, em Brasília
Por Plox
05/08/2025 08h19 - Atualizado há 2 dias
A partir do final de setembro, a Justiça do Trabalho terá seu comando concentrado em magistrados de um único estado pela primeira vez em sua história.

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) será presidido por Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, com Guilherme Augusto Caputo Bastos assumindo a vice-presidência e José Roberto Freire Pimenta à frente da Corregedoria-Geral. Os três nasceram em Minas Gerais e foram eleitos internamente pela Corte no último dia 4 de agosto. A cerimônia de posse está marcada para o dia 25 de setembro, em Brasília.
Essa formação inédita ocorre em um momento de discussões intensas sobre reformas sindicais, relações laborais e o fortalecimento institucional da Justiça do Trabalho. O atual presidente, Aloysio Corrêa da Veiga, deixará o cargo em outubro, quando se aposentará.
Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, mineiro da capital Belo Horizonte, é graduado em Direito pela UFMG. Ingressou na magistratura em 1987 como juiz substituto do TRT da 3ª Região e passou por diversas cidades mineiras até ser promovido a desembargador em 1998. Tornou-se ministro do TST em 2006, ocupando cargos importantes como vice-presidente (2020–2022) e representante no Conselho Nacional de Justiça (2021–2023). Desde 2024, atua como corregedor-geral.
Natural de Juiz de Fora, Caputo Bastos iniciou sua trajetória como servidor público e consolidou sua carreira ao unir as áreas de economia, direito e esportes. Formado em Ciências Econômicas e Direito, com pós-graduação no Brasil e na Espanha e doutorado em Direito Desportivo, chegou à magistratura trabalhista em 1989. Presidiu o TRT da 23ª Região no Mato Grosso e tomou posse como ministro do TST em 2007. Tem atuação destacada no direito portuário e desportivo e comandou a Corregedoria-Geral em 2022.
Representando São Sebastião do Paraíso, José Roberto Freire Pimenta traz um perfil técnico e acadêmico. Foi o melhor aluno da UFMG e atuou como advogado sindical e procurador estadual antes de se tornar magistrado. Ingressou na Justiça do Trabalho como primeiro colocado em concurso e construiu sua carreira no TRT da 3ª Região. No TST desde 2010, já presidiu turmas, atuou em comissões estratégicas e tem forte atuação no combate ao trabalho escravo. É reconhecido pelo perfil reservado e respeito entre os colegas.
A escolha desse trio mineiro reforça uma visão de continuidade na Justiça do Trabalho, valorizando o histórico e a experiência de magistrados que construíram suas carreiras na área.
\"É a primeira vez que a presidência, a vice-presidência e a Corregedoria-Geral são ocupadas por ministros de um mesmo estado natal\", destacou a assessoria do TST.
A nova gestão iniciará em setembro com desafios relevantes diante da pauta trabalhista no país.