Semana de trabalho de quatro dias ganha força no Brasil com projeto-piloto

Começa nesta terça-feira (5) o planejamento das empresas que participarão de um projeto-piloto de redução da semana de trabalho no Brasil. Cerca de 400 funcionários de 20 companhias farão parte da iniciativa que propõe diminuir a carga horária de 40 para 32 horas semanais sem qualquer mudança salarial.

Consultoria e parcerias

O projeto é uma realização conjunta da consultoria Reconnect Happiness at Work e da organização internacional 4 Day Week Global. Ambas contam com a parceria de pesquisadores do Boston College. O lançamento oficial está programado para dezembro de 2023 ou janeiro de 2024, com previsão de término após seis meses. "Este é um passo importantíssimo para revolucionar o mundo do trabalho", afirma Renata Rivetti, diretora da Reconnect Happiness at Work, ao veículo R7.

Planejamento e estratégias

As empresas inscritas dedicarão três meses para estabelecer estratégias que incluem definição de dias de folga, comunicação com clientes e outras partes interessadas, além de pesquisas quantitativas e qualitativas em colaboração com a FGV (Fundação Getulio Vargas). Entre as companhias confirmadas estão o Hospital Indianópolis e a Editora Mol, além de outros nomes nas áreas de tecnologia, contabilidade e alimentação coletiva.

Contexto internacional e impacto esperado

Em países como Reino Unido, Estados Unidos, Irlanda e Dinamarca, projetos similares mostraram resultados positivos, incluindo aumento da produtividade e da receita das empresas, além da melhoria no bem-estar dos funcionários. "O objetivo não é simplesmente trabalhar um dia a menos, mas sim redesenhar a forma de atuação das empresas", diz a organização 4 Day Week Global. No Brasil, onde 80% dos trabalhadores relatam sintomas da síndrome de burnout, segundo pesquisa, as expectativas para o impacto do projeto são altas.

Ao adotar o modelo 100-80-100, que mantém 100% do salário, reduz a jornada para 80% do tempo e busca manter 100% da produtividade, as empresas brasileiras e seus funcionários entrarão em uma nova fase que poderá definir futuras normas de trabalho no país.