Venda de veículos cresce 14,3% em agosto, impulsionando o setor automotivo no Brasil

Esse é o melhor desempenho mensal em 2024 em termos de média diária de vendas, alcançando 10,8 mil unidades por dia

Por Plox

05/09/2024 14h48 - Atualizado há cerca de 1 mês

A comercialização de veículos no Brasil registrou um crescimento expressivo de 14,3% em agosto deste ano, comparado ao mesmo mês de 2023, com 237,4 mil unidades emplacadas. Esse é o melhor desempenho mensal em 2024 em termos de média diária de vendas, alcançando 10,8 mil unidades por dia, conforme informou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No acumulado de janeiro a agosto, foram emplacados mais de 1,6 milhão de veículos, o maior volume desde 2019.

Foto: reprodução/ Freepik

Produção e impacto das enchentes

A produção de veículos até agosto alcançou 259.613 unidades, representando um aumento de 5,2% em relação a julho e de 14,4% na comparação com agosto do ano anterior. Este é o melhor resultado desde outubro de 2019. Segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, apesar das dificuldades causadas pelas paralisações de fornecedores devido às enchentes no Rio Grande do Sul, a produção manteve um ritmo constante. “É uma produção importante que nos coloca em um ritmo de crescimento consistente e isso é motivo de celebração”, destacou Leite durante uma

 coletiva de imprensa.

Vendas e lançamentos impulsionam o mercado

O aumento no ritmo de vendas e o lançamento de novos modelos foram fatores fundamentais para o crescimento das atividades nas fábricas. “Não adianta vender muito sem ter uma produção equilibrada e isso é um termômetro importante para o setor”, afirmou Leite. Em termos de exportações, o setor vendeu 38,2 mil unidades em agosto, uma leve queda em relação às 39 mil unidades de julho, atribuída a um dia útil a menos no mês de agosto. Apesar disso, o resultado representou o segundo maior volume de exportações do ano.

Exportações e mercado internacional

Embora as exportações tenham mostrado retração devido à queda no mercado interno de alguns países, houve crescimento em mercados como Argentina, Chile, Colômbia e México. No entanto, no acumulado do ano, as vendas externas registraram uma queda de 17,9%.

Importações e impacto dos veículos chineses

Em agosto, foram importadas 41 mil unidades, com os veículos importados representando 17,2% do mercado interno ao longo do ano, um aumento impulsionado principalmente por produtos de origem chinesa, especialmente veículos elétricos. A Anfavea estima que atualmente há um estoque de cerca de 81 mil unidades chinesas no país. Esse aumento significativo no estoque começou após o governo anunciar, em novembro do ano passado, a retomada progressiva do Imposto de Importação sobre veículos elétricos, híbridos e híbridos plug-in comprados fora do Brasil, com alíquotas subindo gradualmente até 35% em 2026.

Desequilíbrio no mercado e pedidos de recomposição de alíquota

Leite expressou preocupação com o volume de estoque de veículos importados, que já supera os 86,2 mil unidades em junho. Ele destacou que o estoque de veículos nacionais no Brasil, incluindo fábricas e concessionárias, fechou agosto em 268,9 mil unidades. A Anfavea defende a retomada imediata da alíquota máxima do imposto de importação, atualmente variando entre 18% e 22% dependendo do tipo de eletrificação do veículo, para equilibrar o mercado. Leite informou que a entidade pretende solicitar esta semana à Câmara de Comércio Exterior (Camex) a restauração da alíquota máxima.

Descarbonização automotiva e estudo para COP30

Durante a coletiva, a Anfavea também apresentou um estudo intitulado "Avançando nos Caminhos da Descarbonização Automotiva no Brasil", com propostas para reduzir as emissões de CO² do setor automotivo. O estudo será apresentado na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), no Azerbaijão, e na COP30, que ocorrerá em Belém. Atualmente, o setor automotivo é responsável por 242 milhões de toneladas de CO² por ano, representando cerca de 13% das emissões totais do Brasil.

Para reverter esse cenário, a Anfavea sugere intensificar o uso de novas tecnologias de propulsão e aumentar o uso de biocombustíveis, com o potencial de reduzir até 280 milhões de toneladas de CO² até 2040. “É uma oportunidade de aproveitar novas tecnologias de propulsão e a aplicação de biocombustíveis como vetores para a descarbonização do setor automotivo", concluiu Leite.

 

 

 

 

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