Presidente do BC defende fintechs e empresas da Faria Lima
Gabriel Galípolo afirma que setor financeiro também é alvo da ação de grupos criminosos e não está envolvido com atividades ilegais
Por Plox
05/09/2025 12h55 - Atualizado há cerca de 10 horas
Durante uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (5), o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, se posicionou firmemente contra especulações que vinham associando o setor financeiro ao crime organizado. Em suas declarações, Galípolo enfatizou que empresas localizadas na região da Faria Lima, em São Paulo, bem como as fintechs, têm sido vítimas das ações de grupos criminosos, e não cúmplices dessas práticas.

“Queria deixar bem claro que as fintechs e a Faria Lima são vítimas do crime organizado”, afirmou Galípolo
, em um esforço para dissociar as instituições financeiras das acusações infundadas que circulavam nos últimos meses.
O pronunciamento acontece em um momento delicado, marcado pelo crescimento de ataques cibernéticos direcionados a instituições financeiras. A ofensiva digital levantou dúvidas sobre a segurança do sistema e chegou a alimentar rumores que vinculavam empresas de tecnologia financeira ao envolvimento com o crime.
Para responder à crescente ameaça, o Banco Central anunciou um conjunto de medidas emergenciais voltadas ao fortalecimento da segurança no Sistema Financeiro Nacional (SFN). Entre as principais ações, está a limitação de transações via TED e Pix a R$ 15 mil para instituições de pagamento não autorizadas e aquelas que operam com o apoio de Prestadores de Serviços de Tecnologia da Informação (PSTIs).
Essas instituições só poderão operar acima do limite após implementarem processos rigorosos de controle de segurança. Durante um período transitório, participantes que comprovarem o cumprimento dessas exigências poderão ter a limitação suspensa por até 90 dias. A regra já está em vigor.
Outra mudança significativa é a obrigatoriedade de autorização prévia do Banco Central para que qualquer instituição de pagamento possa iniciar suas atividades. O prazo para regularização das empresas já em operação também foi alterado: o limite, que antes era dezembro de 2029, agora passa a ser maio de 2026.
Além disso, o BC poderá exigir avaliações técnicas feitas por empresas independentes, para assegurar que os critérios estabelecidos estejam sendo cumpridos. Em caso de recusa do pedido de autorização, as instituições que já estejam funcionando terão até 30 dias para encerrar suas atividades.
Os critérios para credenciamento dos PSTIs também foram endurecidos. Agora, esses prestadores precisam atender a novos padrões de governança e gerenciamento de riscos, além de manter um capital mínimo de R$ 15 milhões. O não cumprimento dessas exigências poderá acarretar sanções, incluindo medidas cautelares e descredenciamento.
Com essas medidas, o Banco Central busca garantir maior proteção ao sistema financeiro, ao mesmo tempo em que reforça sua mensagem de que empresas sérias e atuantes no mercado — como as da Faria Lima e as fintechs — não devem ser confundidas com organizações criminosas.