Retirada líquida da poupança atinge R$ 7,6 bilhões em agosto
Mais saques do que depósitos reduziram o saldo da caderneta, marcando o segundo mês consecutivo de queda
Por Plox
05/09/2025 13h16 - Atualizado há cerca de 10 horas
O desempenho da caderneta de poupança voltou a decepcionar em agosto, quando os saques superaram os depósitos em R$ 7,6 bilhões, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (5).

O relatório indica que, no oitavo mês do ano, os brasileiros depositaram R$ 346,8 bilhões, mas retiraram R$ 354,4 bilhões, resultando nesse saldo negativo. Apesar das perdas, os rendimentos creditados nas contas chegaram a R$ 6,5 bilhões, mantendo o montante total aplicado um pouco acima de R$ 1 trilhão.
Essa foi a segunda queda mensal consecutiva da poupança, que já havia registrado resultado negativo em julho. Antes disso, os quatro primeiros meses de 2025 também apresentaram mais retiradas do que depósitos. Os únicos momentos de recuperação até agora foram maio e junho, que registraram entradas líquidas.
No acumulado do ano, o saldo da poupança já aponta um resgate líquido de R$ 63,5 bilhões. O movimento de saída não é recente: em 2023, as retiradas líquidas somaram R$ 87,8 bilhões, enquanto em 2024 foram registrados R$ 15,5 bilhões a menos na caderneta.
Entre os fatores que contribuem para esse cenário está a atual política de juros. Com a Selic mantida em um patamar elevado, aplicações financeiras com rendimento superior à poupança se tornam mais atrativas para os investidores.
Em julho, o Comitê de Política Monetária (Copom) interrompeu o ciclo de aumento da taxa básica após sete altas seguidas. Mesmo assim, o Banco Central declarou que os juros continuarão em 15% ao ano por tempo indeterminado. A autoridade monetária também sinalizou que poderá voltar a elevar a Selic, caso o cenário exija.
\"A decisão de manter a Selic alta pode prolongar a saída de recursos da poupança\", informou o BC no relatório
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A tendência de resgates reforça o movimento já observado nos últimos anos, acentuado em 2025, diante de um ambiente de juros altos e opções mais rentáveis no mercado financeiro.
A poupança, embora ainda amplamente utilizada pela população brasileira, tem perdido espaço como opção de investimento, principalmente entre aqueles que buscam maior rentabilidade e diversificação.